Pele Rosácea, aprenda como tratar!
Uma face rosada nem sempre é sinal de saúde! Corar com muita frequência pode ser um sinal de rosácea, uma doença da pele que não tem cura mas que é possível tratar.
A rosácea é uma doença inflamatória crónica cutânea frequente com diversas apresentações clínicas, mas onde se destaca a vermelhidão persistente da porção média da face, pápulas e pústulas, semelhantes às encontradas na acne. Pode ainda coexistir um grau variável de edema (inchaço), com deformidades em grau variável no nariz, queixo ou fronte. A rosácea predomina em pessoas que coram com facilidade, depois dos 30 anos, em peles mais claras, e pode motivar queixas de intolerância aos cosméticos banais que anteriormente utilizavam.
Inicialmente pode haver apenas rubor na parte média da face, que se intensifica e desencadeia por estímulos mínimos e se vai tornando permanente. São comuns sintomas como ardor, queimadura, picadas, ou de repuxamento, com falta de elasticidade.
Todo este quadro provoca nos doentes um impacto psicológico variável, com diminuição da autoestima e autoconfiança, e dificuldades profissionais, pois torna-se mais penoso falar em público e argumentar na defesa de um ponto de vista. Surge, também, com frequência, sintomas de ansiedade e de depressão causados pela estigmatização que julgam sofrer, já que o seu aspeto é vulgarmente associado a casos de alcoolismo.
A importância da doença na qualidade de vida impõe um diagnóstico precoce, porque só assim se poderá estabelecer um tratamento adequado com vista a travar a inexorável progressão da rosácea.
Reconhecem-se diversas formas clínicas: a vascular, com predominância de derrames, a inflamatória, com pápulas (borbulhas) e pústulas, mas que, ao contrário do que se passa na acne, não são precedidas de pontos negros.
Num estadio clínico e socialmente mais preocupante está a rosácea fimatosa, de que é o exemplo mais comum o rinofima, com marcado desenvolvimento de glândulas sebáceas, vermelhidão e aumento considerável das dimensões do nariz, de forma irregular. Predomina no sexo masculino e um processo semelhante pode surgir noutras áreas da face.
Por último, a rosácea ocular, coexiste em mais de 30 por cento dos pacientes, com secura, ardor, ou mesmo dor ocular, conjuntivite e possibilidade de complicações, como queratites e querato conjuntivites. Em todos os doentes de rosácea impõe-se a observação por um oftalmologista. Em pessoas com lentes de contacto, é frequente confundir a doença com alergias às lentes, ao líquido de manutenção e limpeza, etc.
Por vezes, a rosácea pode implicar a aplicação de corticosteroides na face, em alguns casos inadvertidamente, no tratamento da mesma para controlar a inflamação. Nestas situações, ao suspender a aplicação de corticosteroides, costuma existir um agravamento do problema. Para além disso, quando os corticoides são usados para tratar outras patologias, produzem atrofia, vasodilatação permanente e pápulas inflamatórias, tornando difícil “convencer” os doentes a descontinuar os corticoides, pois como sentem um agravamento da sua condição, têm dificuldade em aceitar que seja esse o caminho.
O diagnóstico da rosácea é feito com base na observação clínica, não existindo a nível laboratorial qualquer exame relevante.
Como combater e disfarçar a rosácea?
A resposta à questão de como e porque surge a rosácea não é simples. Diversas teorias, enfatizando aspetos neurocutâneos e vasculares, com participação de agentes bacterianos, proporcionam contributos para crescente compreensão da doença. A base genética, que a história clínica de grande parte dos doentes confirma, está recentemente comprovada, pela expressão de certos genes que codificam a resposta inflamatória e a defesa antimicrobiana.
O tratamento da rosácea deve assentar na evicção de fatores de agravamento, tais como bebidas muito quentes, alimentos condimentados, cafeína e álcool. É também importante evitar as temperaturas extremas e as mudanças súbitas de temperatura. No verão, a fotoproteção e evitar a exposição solar direta, deve ser uma preocupação para estes doentes.
Especial atenção deve ser dispensada a atos banais do dia-a-dia, tais como higiene facial, evitando detergentes, produtos com álcool e perfume, dando preferência a soluções micelares e desmaquilhantes suaves, especialmente dirigidos para a pele com rosácea. Deve ser evitado, também, o atrito, que irá irritar a pele.
A hidratação da pele requer “cosmecêuticos”, isto é, produtos cosméticos com alguma ação terapêutica, dirigidos para esta pele reativa que, além de hidratarem, tenham atividade “anti-rougeur” (antivermelhidão) e protejam do sol. Destinam-se a repor a integridade da função barreira da pele e evitam excessivas perdas de água.
Difícil poderá ser a escolha de um creme antienvelhecimento, pois os ativos com aquele objetivo serão, com grande probabilidade, mal tolerados. Aqui, também, a prescrição pelo dermatologista poderá ser útil.
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