Autismo: explique o comportamento do seu filho sem dizer uma palavra
Está cansado de ouvir comentários desagradáveis e ver olhares desconfiados cada vez que o seu filho autista tem um ataque de raiva e faz aquilo que, para os outros, parece ser uma “birra” violenta em público? É um momento em que é difícil dar explicações verbais, mas era para si importante que as pessoas ficassem informadas e sensibilizadas? Entregue-lhes um cartão!
A pensar nestas situações várias associações criaram cartões de sensibilização para o autismo para que os pais possam, de forma rápida e prática, informar e sensibilizar as pessoas acerca das PEA e pedir alguma tolerância perante a situação.
Nos cartões podem ler-se, informação como esta: Lamento se o meu filho o está a incomodar. O que está a presenciar é um ataque de uma criança com autismo: esta criança não é mal-educada, não precisa de disciplina, e nós não somos maus pais. O autismo é um transtorno neurobiológico que faz com que as crianças se comportem de maneiras que a maioria das pessoas não entende. As crianças com autismo muitas vezes ficam confusas e perturbadas e reagem de formas socialmente inadequadas, fazendo, por exemplo, aquilo que aparentam ser birras violentas. Por favor, seja paciente enquanto tentamos ensinar ao nosso filho como se comportar adequadamente.
Assistir a uma explosão emocional de uma criança com autismo pode ser um “espetáculo” assustador: a criança pode gritar, atirar-se para o chão, espernear, bater em si própria ou nos outros, morder, bater com a cabeça na parede e atirar coisas ao chão.
E tudo isto pode acontecer apenas porque ouviu um barulho que a perturbou ou porque viu alguma coisa que não gostou, não tem necessariamente a ver com o fato de ser contrariado ou não ver algum desejo atendido. A criança expressa-se assim porque não consegue expressar-se de outra forma. Estas situações tendem até a acontecer mais na rua do que em casa, já que os autistas são muito sensíveis a ambiente desconhecidos e movimentados, que para elas são de sobre-estimulação ou sobrecarga sensorial, por exemplo estar num sítio com muita gente ou muito barulho.
A sensibilização para esta perturbação é essencial e, essa sensibilização pode e deve começar exatamente por ajudar os outros a entenderem quando estão perante uma crise provocada por uma perturbação neurológica, não uma birra de uma criança mal-educada.
No caso de adolescentes ou adultos que sofrem desta perturbação e têm alguma autonomia deslocando-se por vezes sozinhos, há ainda cartões de alerta como este de forma a, em caso de algum problema, a polícia ou serviços de emergência saberem com o que estão a lidar e quem contactar.
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