As crianças e o chocolate – A doce tentação
O chocolate é uma guloseima que fornece à criança a energia de que necessita para brincar, estudar e correr.
Porém, as crianças gordinhas devem restringir o seu consumo à sobremesa nos fins-de-semana.
“A sensação de felicidade que o chocolate provoca, não só nas crianças mas também nos adultos, é real.
A ingestão desse alimento faz com que o organismo aumente a produção da substância feniletilamina, que é um neurotransmissor responsável por essa sensação de bem-estar”, explica Aline Denise Maia.
Se consumido em quantidades exageradas, a criança pode ficar com diarreias, náuseas e vómitos. Nesse caso, deve suspender o consumo de chocolate até que os sintomas desapareçam e hidratar a criança com líquidos em abundância. Conheça as dúvidas mais comuns e saiba tudo sobre esta doce tentação que faz as delícias dos mais pequenos.
A partir de que idade é que os pais podem dar chocolate às crianças?
Não há uma idade definida para a introdução do chocolate na alimentação infantil. Contudo, há que ter em conta vários fatores, tais como as alergias, a excitabilidade, a perda de apetite para as refeições seguintes e o excesso de peso/obesidade.
Para que estas situações sejam minimizadas, o chocolate deve ser evitado em crianças com menos de 1 ano de idade. Mesmo assim, há que ter em atenção se a criança é alérgica a algum dos ingredientes do chocolate, a sua frequência de consumo e a forma como reage à sua ingestão.
Uma vez que o gosto pelo sabor doce é fácil de se conquistar, quanto mais tarde a criança contactar com o mesmo, melhor.
Uma vez que o chocolate pode provocar cáries dentárias, quais as estratégias que os pais podem seguir para começar a dar chocolate aos filhos?
Embora o chocolate possa ser responsável pelo aparecimento de cáries dentárias, é menos prejudicial que outros doces que ficam colados aos dentes e permanecem mais tempo na cavidade oral, promovendo a formação de ácido e o aparecimento de cáries.
O chocolate, por norma, é ingerido e deglutido de imediato, desfazendo-se na boca e desaparecendo rapidamente.
Há alguns cuidados que os pais devem ter quando as crianças o consomem, nomeadamente, ser ingerido no final da refeição (quando a criança já está satisfeita e não irá comer tanta quantidade), e ser um substituto ocasional da sobremesa.
Deve também proceder à lavagem dos dentes ou, pelo menos, ao bochecho com água após a sua ingestão.
Quais as consequências da ingestão de chocolate em idades precoces?
O chocolate, devido à sua composição, pode ser um alimento alergogénico, além de poder provocar alguma excitabilidade e em quantidades exageradas poder levar ao aparecimento de obesidade, obstipação, cáries dentárias, insónia, taquicardia e dependência.
No entanto, o chocolate é um alimento altamente nutritivo e uma importante fonte de magnésio, ferro, potássio, zinco e crómio.
Podemos então falar do chocolate como benefício…
Uma alimentação saudável não tem de contemplar a ingestão de chocolate. Contudo, tal como referido anteriormente, este alimento é uma importante fonte de alguns minerais e também um fornecedor de energia (hidratos de carbono e gorduras) por excelência, assim como de vitaminas lipossolúveis.
O consumo moderado de chocolate, devido à sua riqueza em substâncias estimulantes, pode contribuir para uma aumento da atenção e da capacidade de concentração e de bem-estar.
Contudo, quando ingerido em grandes quantidades, poderá ter o efeito inverso, causando excitabilidade, insónia e taquicardia.
Qual a sua opinião com os bolos de chocolate industrializados na alimentação dos mais novos?
Na minha opinião, a indústria alimentar é legítima e obviamente, tem como objetivo a venda dos produtos.
Contudo, como em tudo na vida, é importante que existam regras e que, também estes alimentos sejam consumidos com alguma moderação e em ocasiões especiais.
Acho que compete aos pais, educadores e à restante família, educar as crianças para que consigam fazer escolhas mais saudáveis e responsáveis, sem ser preciso castrar em demasia.
No que respeita à relação das crianças com o chocolate, é necessário ser radical?
Sou acérrima defensora da expressão “O fruto proibido é sempre o mais apetecido”.
Assim, acho que se deve explicar às crianças que, embora o chocolate seja um alimento saboroso e agradável de ingerir, não deve estar demasiado presente na nossa alimentação pois pode acarretar alguns malefícios.
As crianças entendem todas estas explicações muito melhor do que nós, adultos pensamos e acabam por ser excelentes educadoras da restante família.
Que conselhos dá aos pais e aos avós quando as crianças começam a pedir incessantemente por chocolate?
Acho que, muitas vezes, estes familiares se desautorizam entre si e acabam por nunca mais conseguir “ter pulso” na criança. Na minha opinião, é importante que os pais e os avós conversem e percebam as regras que devem ser respeitadas.
Numa altura festiva, ao fim-de-semana e desde que em quantidades moderadas, poderá ser permitido.
Opte por chocolates mais pequenos, evite que sejam ingeridos no intervalo das refeições (correndo-se o risco de camuflar o apetite para as refeições principais) e promova a higiene oral, através de uma correta escovagem ou do bochecho.
Evite “comprar” a criança com alimentos pois corre o risco destes serem vistos como alimentos conforto e de compensação.
Curiosidades do chocolate:
Uma tablete pequena de chocolate preto (125g) contém mais cafeína que um café instantâneo;
O chocolate é menos prejudicial para os dentes que alguns doces como os caramelos que ficam colados durante um período de tempo mais prolongado;
O nome científico do cacaueiro é Theobroma cacao e significa “o alimento dos deuses”.
Destaques sobre o assunto:
As crianças com menos de 1 ano não devem comer chocolate.
Uma vez que o gosto pelo sabor doce é fácil de se conquistar, quanto mais tarde a criança contactar com o chocolate, melhor.
O chocolate é um alimento altamente nutritivo e uma importante fonte de magnésio, ferro, potássio, zinco e crómio.
Numa altura festiva, ao fim-de-semana e desde que em quantidades moderadas, o chocolate poderá ser permitido.
Evite “comprar” a criança com alimentos pois corre o risco destes serem vistos como alimentos conforto e de compensação.
Fonte: Aline Denise Maia, nutricionista
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