Olheiras: é possível acabar com elas?
As olheiras arrasam com o bom aspecto de qualquer pessoa…
Não importa o quão bem vestida está, a maravilha de pele que tem ou mesmo o cabelo ter acordado em dia bom… Bastam estes dois círculos escuros por baixo dos olhos para destruir o ar fresco e composto. É verdade que um bom corretor pode fazer milagres, mas, e se fosse possível ver-se livre delas de vez?
Há olheiras e olheiras. Se as tem esporadicamente, é provável que o aparecimento coincida com as alturas nas quais anda cansada e a dormir mal. Nesses casos, além de mitigar o problema, no imediato, com a ajuda de um corretor e/ou uma base, não é nada que não passe se dormir bem e descansar nas noites seguintes.
Atenção também à maquilhagem porque tanto pode ajudar a disfarçar o problema como contribuir para o agravamento e criar “falsas” olheiras. Rímel mal tirado à noite é meio caminho andado para, na manhã seguinte, acordar com um ar de fugir: o rímel depois de seco cai sobre a pálpebra inferior, escurecendo a zona, por isso, é essencial remover cuidadosamente a maquilhagem antes de ir para a cama.
Ainda dentro dos hábitos comportamentais que podem agravar criar ou agravar este problema de saúde, está a exposição solar, o tabagismo e ou fricção desta zona. A pele em redor dos olhos é mais frágil e mais fina, pelo que o contacto com demasiada pressão nesta área pode tornar o problema mais visível.
Assim, nesta zona, os cremes e os corretores de olheiras devem ser aplicados com suavidade. Se optar por fazer a aplicação do corretor com o dedo, deve usar o anelar e espalhar até que se funda com a pele com pancadinhas suaves (e não esfregando normalmente, como faz no resto da cara.)
O dermatologista Fernando Guerra, diretor clínico da Epilaser, explica-nos, no entanto, que a proximidade do período menstrual e as alergias podem ser também razões para o escurecimento das pálpebras, razão pela qual, aliás, crianças com antecedentes alérgicos, asmáticas ou com doença de pele, podem ter olheiras muito precocemente, logo aos 6 meses de vida.
Tem olheiras todos os dias?
Mas há quem, apesar de não ser fumador, dormir bem e não ter alergias, é premiado todos os dias com duas manchas escuras debaixo dos olhos. Estas olheiras, crónicas, que não estão associadas ao estilo de vida ou situações pontuais, são fruto da tendência familiar ou genética.
Geralmente, as olheiras são distinguidas em dois tipos: as azuis, de origem vascular, e as castanhas, de origem pigmentar. Fernando Guerra esclarece-nos que as olheiras são o aspecto criado pela concentração anormal de vasos sanguíneos ou de melanina sob a pálpebra inferior, o que resulta num tom escurecido abaixo da região ocular, mas que nunca são exclusivamente vasculares ou exclusivamente hiperpigmentadas. “São sempre mistas, mais vasculares ou mais melanocíticas [relacionadas com a produção de melanina, ou seja, de origem pigmentar]consoante a pele das pessoas, o seu fototipo e a sua genética”, explica.
Que tratamentos existem para as olheiras?
O podemos fazer contra as olheiras além de aplicar cremes de contorno de olhos para nutrir a pele e corretores que as disfarcem? Fernando Guerra revela-nos que, em consultório, há pelo menos três formas de tratamento diferentes:
– Peelings com ácido glicólico a 35 por cento e contendo substâncias despigmentantes (ácido fítico, ácido pirúvico ou hidroquinona), cujo número de sessões necessárias é indeterminado.
– Luz Pulsada Intensa pode ser útil para clarear as olheiras. Deve ser usada por um dermatologista experiente dada a proximidade do olho e, por norma a indicação é de três sessões, ao longo de três meses (uma por mês.)
– Laser de Neodimium Yag Q-Switch também pode ser útil (é necessário o uso de protetores de córnea), para diminuir as olheiras pigmentares.
Embora igualmente inestéticos, os “papos” são uma entidade diferente das olheiras. Fernando Guerra explica-nos que “são na maior parte das vezes, depósitos de gordura” que resultam essencialmente de dois mecanismos: a perda da capacidade de contenção das estruturas envolventes do olho da gordura que envolve o globo ocular e a perda de elasticidade da pele, que assim cede ao aumento de pressão.
Nestes casos, de acordo com o dermatologista, os tratamentos não cirúrgicos como o laser e a radiofrequência são orientados apenas para a pele, razão pela qual só são realmente eficazes em casos selecionados. Quando esta técnica não resulta, só há duas hipóteses: ou conformar-se com os “papos” ou avançar para uma blefaroplastia inferior – procedimento cirúrgico que remove ou redistribui a gordura e retira, se necessário, o excesso de pele. Este procedimento pode ser feito por via intraocular, de forma a não deixar cicatrizes visíveis.
Para terminar, e voltando às olheiras: as receitas caseiras que todos conhecemos, nomeadamente as famosas rodelas de pepino e as compressas de chá de camomila gelado, resultam? “Momentaneamente sim, porque desinflamam os inchaços associados às olheiras. Mas não as curam”, remata o dermatologista.
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