Desafie a saúde do seu cabelo todo o ano
Todos nós, de uma maneira ou de outra, vivemos preocupados com a saúde do cabelo. Mas são as mulheres as que concentram mais preocupações com a saúde do seu cabelo. Apesar de o Inverno não ser a época mais agressiva para o cabelo, deixamos-lhe alguns conselhos para que cuide do seu cabelo como ele merece durante todas as estações do ano.
As agressões em relação ao cabelo são mais preocupantes durante o Verão devido à radiação ultravioleta, à água do mar, ao cloro da piscina e ao sol que danifica a haste capilar e, no final do Verão, é inevitável que o cabelo esteja mais danificado. Logo, é necessário ter mais cuidado com a recuperação do cabelo. E apesar de se pensar que o Inverno é muito nocivo para o cabelo, na verdade, não existem problemas de maior. “O que mais preocupa as mulheres nesta estação do ano é o aspecto estético e as alterações que o cabelo sofre com a chuva e o vento”, explica Paula Quirino, médica dermatologista do Centro de Dermatologia Epidermis, no Porto.
Ainda que algumas das suas pacientes não gostem da ideia de cortar o cabelo no Inverno, este é um conselho repetido pela médica. No entanto, como o cabelo está mais ressequido e espigado após o Verão, torna-se mais adequado cortá-lo nesta altura “apesar de a maioria preferir cortar antes da época balnear”, explica a médica. “Cabelos mais curtos ficam mais protegidos da humidade, da chuva e do vento”, diz-nos.
Recomenda-se ainda o recurso a “lacas e anti-freeze de forma a segurar o cabelo e manter os penteados”. No que aos shampoos diz respeito, a preocupação também não deve ser desmedida. O segredo é procurar o que melhor se adapta a si. “Cada um de nós deve procurar o shampoo consoante tem o cabelo seco, oleoso, se está pintado, se o lava muito ou não”, esclarece Paula Quirino. E a procura de um shampoo adequado mesmo no supermercado já não é um grande problema.
Paula Quirino chama à atenção para a preocupação de saber se determinado shampoo é mais ou menos agressivo para a haste capilar. “Um shampoo que faz muita espuma é mais agressivo. Por sua vez, um shampoo que não contém substâncias tão detergentes, limpa mas não é tão agressivo.” No entanto, tudo depende da experiência de cada pessoa que, dentro de uma gama com vários shampoos, acaba por perceber aquele com que se dá melhor. “Enquanto o shampoo estiver a funcionar e o resultado final for do agrado da paciente, sugiro que não mude. O que importa é que se sinta bem…”, defende Paula Quirino.
Quando procurar um dermatologista?
Por norma, quando surge algum problema com o cabelo ou alguma dúvida em relação ao cabelo, a maioria das pessoas opta por aconselhar-se no seu cabeleireiro ou mesmo na farmácia. O médico dermatologista surge assim na última linha de procura. “O que pode acontecer é que, em alguns casos, uma pessoa faz um ‘tratamento’ por um longo período de anos apercebendo-se tarde demais que o mesmo não teve qualquer impacto e é aí que pondera procurar um médico”, explica Paula Quirino.
Caso a leitora tenha algum problema capilar ou alguma dúvida – por mais simples e banal que lhe pareça – procure um médico dermatologista para a aconselhar. “Com um diagnóstico mais precoce, será mais fácil orientá-la e não se perde tempo com tratamentos desadequados”, salienta a médica dermatologista.
No início do Outono, existe sempre a queixa da queda do cabelo que é sazonal. Ainda assim, “há que avaliar no final de um determinado período de tempo, se o volume total de cabelo é menor ou não. Ou seja, se cair muito cabelo mas se a quantidade e volume de cabelo são os mesmos ao fim de determinado tempo, a queda foi meramente sazonal, transitória e resolveu-se por si”, sugere Paula Quirino. Quando as quedas se repetem e vai havendo redução do volume total do cabelo, há que procurar ajuda médica para perceber se está com algum problema de saúde que tem de ser devidamente tratado.
Alguns mitos associados ao cabelo:
Não se pode lavar todos os dias o cabelo – “Costumo sugerir às minhas pacientes que lavem o cabelo sempre que necessário. Se determinada pessoa que não fizer exercício físico, não tiver nenhuma descamação ou nenhuma inflamação do couro cabeludo e se não estiver com o cabelo sujo, não terá necessidade de o lavar todos os dias”, esclarece Paula Quirino. Tudo depende de pessoa para pessoa.
O mesmo será válido para quem tem necessidade de lavar duas vezes por dia o cabelo por sofrer de oleosidade. “Não há qualquer problema pois o ritmo de lavagem varia muito de pessoa para pessoa”. Em suma, lavar o cabelo todos os dias e até mais do que uma vez por dia não traz qualquer problema e não está desaconselhado.
Não se pode deitar com o cabelo molhado – É um mito e é uma questão que me é colocada muitas vezes em consulta. “Há quem considere que ir para a cama com o cabelo molhado apodrece a raiz do cabelo. Este é um verdadeiro mito. Existe uma barreira entre a derme e a epiderme que é impermeável a tudo e inclusive à água que não vai chegar à raiz do cabelo nem a vai apodrecer”, defende a médica dermatologista.
Usar amaciador todos os dias é prejudicial – É outro verdadeiro mito. Não existe qualquer inconveniente. “Muitas vezes, pode haver necessidade de utilizar amaciador junto à pele para os pacientes que têm alguma descamação. É raro mas em casos excepcionais pode justificar-se.” Na maior parte das vezes, sugere-se que seja feita a lavagem e que se passe o amaciador nas pontas. “Outras vezes, sugere-se ainda a necessidade de aplicar uma máscara até em todas as lavagens sem qualquer inconveniente. Os produtos (lacas, ceras, espumas) mais banais à venda no supermercado, hoje em dia, não levantam problemas para a saúde capilar”, conclui Paula Quirino.
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