Celulite: como combater, eliminar ou reduzir?
É o terror – esteticamente falando, claro – das mulheres. Poucas, independentemente da idade ou peso, estão a salvo desta inimiga já que, por norma, surge ainda durante a juventude e não é de todo exclusiva de quem tem uns quilos a mais.
Há um dia – por norma, durante a adolescência ou início da idade adulta – em que olhamos para o espelho e, surpreendidas, vemos no nosso corpo aquilo que, até agora, só conhecíamos de ouvir os outros contar: a pele com aquele aspecto de “casca de laranja”. Começa por só se notar quando apertamos a pele mas, se não fizermos nada, em pouco tempo instala-se de tal forma que já não carece de apertões para ser visível. Claro que a “pergunta de um milhão de dólares” é: como é que nos livramos dela?
Mas, primeiro, é necessário perceber o que é realmente a celulite. E, na verdade, esta é uma denominação popular para uma patologia com um nome pouco conhecido: aquilo que povoa as coxas e pernas de muitas mulheres chama-se, na verdade, Fibro Edema Gelóide (FEG).
A celulite tem uma origem multifatorial. Como nos explica a nutricionista Inês Lencastre Torres, responsável pela Unidade de Nutrição da Clínica de Dermatologia Fernando Ribas, nesta equação entram os fatores predisponentes (hereditariedade, sexo, desequilíbrio hormonal), os determinantes (maus hábitos alimentares, stresse, fumo, sedentarismo, desequilíbrios glandulares e metabólicos, disfunções hepáticas) e os condicionantes (perturbações circulatórias).
É debaixo do efeito “casca de laranja”, visível à superfície, que se esconde o verdadeiro problema. A celulite ou FEG caracteriza-se pela ação de duas forças: por um lado, o edema do tecido conjuntivo causado pela retenção de líquidos, por outro, o aumento do número e/ou volume das células adiposas que provocam compressão do sistema venoso e linfático e perda de elasticidade do tecido conjuntivo (tecido responsável por ligar e sustentar os outros tecidos). Este tecido vai-se tornando fibroso e começa a evidenciar nodulações subcutâneas.
A causa da celulite:
Porque é que quase todas as mulheres têm celulite e os homens não? Inês Lencastre Torres explica-nos que isso se deve, por um lado, ao facto de não produzirem as mesmas quantidades de estrogénio que as mulheres, sendo que o estrogénio favorece o aumento de volume dos adipócitos. Por outro, os septos fibrosos da mulher são perpendiculares à superfície, o que torna mais evidente o efeito casca de laranja, já nos homens, eles estão dispostos obliquamente, pelo que não favorecem a herniação do tecido adiposo. “O volume e o número de adipócitos são idênticos, nos dois sexos, até cerca dos dez anos de idade, mas a partir daqui aumentam na mulher até cerca dos vinte anos. Na puberdade, o incremento de estrogénios pode ser o fator inicial da transformação tecidular. Frequentemente é precisamente na adolescência, que surgem os primeiros sinais de celulite”, esclarece a nutricionista.
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