Alimento visto por um especialista em nutrição: Romã
Além de bonita e saborosa, a romã tem propriedades antibacterianas, antifúngicas e antivirais, além de melhorar a função imunitária e ser anti-oxidante. Conheça a história e todos os benefícios deste fruto neste artigo da dietista Maria Justino.
A romã, cujo nome científico é Punica granatum L., é uma fruta proveniente de uma árvore originária do sudoeste asiático, mais especificamente da antiga Pérsia. Não sabemos ao certo quando surgiu esta espécie, no entanto, foram encontradas cascas de romãs carbonizadas da idade do Bronze, existindo também referências a este fruta na civilização egípcia, em textos babilônicos, no Livro do Êxodo e no Alcorão. Os egípcios utilizavam-na como medicamento e era considerado um símbolo de prosperidade.
A romã é uma fruta muito popular, devido à sua riqueza nutricional, sabor único e benefícios para a saúde. Estas características fazem dela uma das frutas mais produzidas para o consumo na sua forma natural e transformada. Atualmente, é cultivada em todo o mundo tendo uma grande expressão em Portugal.
Na idade adulta a romãzeira atinge cerca de cinco a oito metros de altura e fica repleta de frutas. A romã pesa em média 200g e possui uma casca resistente que no seu interior contem sementes que contrastam com a polpa sumarenta e doce que as reveste.
Uma porção de romã, aproximadamente 80g, apresenta 15% das necessidades diárias recomendadas de fibra, vitamina C e Vitamina K.
Os egípcios utilizavam a árvore, a fruta e as folhas para eliminação de ténias e outras espécies parasitárias. Posteriormente, já foram utilizados para a correção da acidose, diarreia, infeções microbianas, hemorragias e doenças respiratórias.
A evidência clínica e científica mostra que a romã é rica em compostos elagitaninos (punicalagina e taninos) que reduzem os fatores de risco cardiovascular através da eliminação de radicais livres. Estes compostos fenólinos e antocianinas conferem-lhe uma forte capacidade anti-oxidante que se traduz numa excelente proteção e regeneração celular, minimizando o envelhecimento. Também é uma boa fonte de vitamina C o que permite melhorar a função imunitária.
A sua elevada composição em anti-oxidantes confere-lhe ainda uma boa capacidade de prevenção das doenças neoplásicas, em particular na próstata, mama e linfomas. O seu consumo regular parece ser eficaz na melhoria da diabetes. Para além de todos estes benefícios, a romã e suplementos extraídos a partir dela, têm um efeito antibacteriano, antifúngico e antiviral, nomeadamente, para o herpes e influenza (vírus da gripe).
Em modelos animais verificou-se que através da redução do stress oxidativo e da inflamação, ocorre uma melhoria da osteoporose pós-menopausa pela redução da perda de massa óssea. O sumo de romã tem uma ação inibitória sobre as enzimas que degradam a cartilagem, ou seja, para uma pessoa com osteoartrite, a ingestão deste sumo pode ser uma excelente arma terapêutica.
A qualidade da romã é fundamental, por isso quando a for escolher verifique que esta tem a pele lisa, sem cortes e que não está amolgada. Conserve-a ao abrigo da luz e à temperatura ambiente ou na zona menos fria do frigorífico de modo a prolongar o seu tempo útil de consumo. Deve lavar a romã antes de a preparar e consumi-la à temperatura ambiente, naturalmente ou incorporada em sumos, bebidas, saladas, pratos salgados e sobremesas.
Fonte: Maria Justino – Dietista
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