Benzodiazepinas anti-depressivos e a doença de Alzheimer
As benzodiazepinas são, porventura, dos medicamentos mais receitados entre nós, sobretudo se considerarmos os grupos etários a partir da meia-idade. Os seus efeitos têm a ver, sobretudo, com o controlo da ansiedade, depressão e da insónia, mas elas têm ainda ação como relaxantes musculares, antiepiléticos e pré-anestésicos.
São frequentemente receitadas a despropósito, muitas vezes a pedido insistente do próprio doente e em vez de outras alternativas de tratamento mais saudáveis. São utilizadas por períodos longos, quando deviam ser sempre uma solução de última análise, em doses baixas e por períodos curtos, nunca superiores a três meses, dada a criação de dependência que provocam e os seus deletérios efeitos secundários.
Para agravar as preocupações quanto ao uso destes fármacos, num estudo recente realizado em França e no Canadá, os investigadores estudaram cerca de 1800 doentes com doença de Alzheimer, comparando-os com cerca de 7000 pessoas saudáveis. E concluíram que a toma de benzodiazepinas, pelo menos durante três meses, estava associada a um aumento de 50% no risco de contrair Alzheimer. O risco agravava-se ainda mais quando a exposição a esta droga era mais prolongada e com a utilização de benzodiazepinas de ação também prolongada.
Perante o crescente aumento da incidência da demência nos países desenvolvidos, os investigadores insistem no peso destas conclusões para a saúde pública em geral, e alertam os profissionais médicos para a importância de encontrar sempre alternativas mais saudáveis no tratamento dos seus doentes, nomeadamente os mais idosos.
Fonte da informação deste artigo: The British Medical Journal
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