Sabe o que é a epilepsia e as suas consequências?
A epilepsia é uma condição neurológica grave, trata-se de um problema de saúde que atinge entre 1% da 2% da população mundial. Uma doença que se caracteriza pela recorrência mais ou menos frequente de crises epilépticas, contudo estas crises não são desencadeadas por febre, drogas ou distúrbios metabólicos, que poderiam ser causas comuns.
A epilepsia requer um diagnóstico cauteloso, porém, existem casos, nos que basta um episódio de convulsão para ser feito o diagnóstico, desde que haja um risco alto de ocorrência de um novo episódio.
O que causa epilepsia?
As causas da epilepsia são multifatoriais, as crises podem se originar de um tumor, má formação, ou consequência de um traumatismo no cérebro, seja com acidente automobilístico, ou decorrente de alguma dificuldade durante o parto, como falta de oxigenação ou lesão no cérebro do bebé.
A epilepsia acomete todas as faixas etárias, embora seja mais frequente em crianças e idosos. O quadro clínico tende a seguir o mesmo padrão, ou seja, se uma pessoa tem uma epilepsia de fácil controle, tende a ser de fácil controle desde o começo, entretanto 30% dos casos podem ter uma flutuação na frequência de crises.
Quais os sintomas de epilepsia?
As crises epilépticas são os principais sintomas dessa doença. A crise focal ou parcial começa num determinado lugar do cérebro, sendo assim, os sintomas vão depender de onde as crises se originaram. Exemplos disso são as alterações de sensibilidade, formigueiro, visão e memória.
Nesses casos, o indivíduo pode permanecer consciente.
Já as crises generalizadas envolvem o cérebro como um todo, o indivíduo perde a consciência e é acometido por convulsão. Nesse caso, não há dúvida quanto ao diagnóstico de crise epilética.
Outro tipo é a crise de ausência que acomete, principalmente, as crianças e adolescentes em fase escolar. Nesse caso, o indivíduo perde a consciência por alguns segundos e as crises podem ocorrer dezenas de vezes ao dia. Muitas vezes, essas crianças e adolescentes são considerados desatentos e com déficit de aprendizagem.
Há um tipo de ataque epiléptico que tem tendência para se manifestar como se o paciente estivesse “alerta” mas não tem controle de seus atos, fazendo movimentos automaticamente.
Qual o diagnóstico de epilepsia?
O diagnóstico é feito através do histórico clínico do paciente, em que o médico interpreta a recorrência de crises epilépticas, o factor desencadeante e os exames médicos. Através dos exames complementares, o médico pode subdividir a epilepsia em focal, generalizada ou tentar determinar qual é a causa da epilepsia. A questão genética é um factor importante em alguns subtipos de epilepsia, entretanto não são todos.
Qual o tratamento para a epilepsia?
O tratamento envolve a questão biológica, psicologia e social da doença. Quanto mais o indivíduo souber sobre a epilepsia, melhor ele vai aceitar o tratamento, que hoje, através de medicamentos, controla a crise em 70 % das vezes. As medicações têm ação no sistema nervoso, principalmente atuando nos canais iónicos. O medicamento tende a agir reduzindo a quantidade de impulsos elétricos.
A medicação é ajustada a cada paciente, tendo sempre em consideração os efeitos colaterais. Os resultados positivos do tratamento vão estar dependentes de se o paciente toma ou não a medicação da forma recomendada pelo médico e procurar a ajuda de psicoterapeuta.
Mulheres com epilepsia.
Anticoncepção.
As mulheres que tomam medicação podem fazer o uso de qualquer tipo de contraceptivo. Mas os hormônios usados nos anticoncepcionais precisam ter sua dose ajustada, pois alguns medicamentos anti-epilépticos aumentam o metabolismo hepático. Reduzindo assim, o efeito da medicação anticoncepcional.
Gravidez.
As mulheres com epilepsia podem ficar grávidas, mas é recomendado que a gravidez seja planejada. Os medicamentos anti-epilépticos aumentam o risco de má formação fetal, a taxa em recém-nascidos é estimada em 2% na população em geral. Em mulheres que tomam medicação anti-epiléptica, esse percentual pode aumentar para 10%.
Existem maneiras de minimizar essa taxa, através do uso precoce de medicamentos a base de ácido fólico, três meses antes da gravidez, além disso, o pré-natal é fundamental para minimizar o risco da criança e da mãe.
Nesse período, a mãe não deve parar com a medicação anti-epiléptica, a interrupção pode desencadear crises que podem trazer consequências verdadeiramente danosas à mãe e ao feto, levando, em alguns casos, inclusive ao aborto.
Amamentação.
As medicações anti-epilépticas podem passar do leite materno para a criança, por esse motivo os médicos recomendam a amamentação até o período mínimo indicado, em alguns casos o médico pode recomendar a suspensão da amamentação. Outra recomendação é que a mãe amamente sentada no chão, para minimizar as possíveis leões causadas pela crise. Nesse período, há uma propensão maior de ataques epiléticos, pois o ciclo do sono vigília é atrapalhado.
Como decorre um Ataque epilético.
O ataque epilético dura de 2 segundos a 1 ou 2 minutos. No caso de convulsão é dividido em duas fases: tônica e clônica.
Na primeira, o indivíduo tem uma contração generalizada dos músculos, a respiração é interrompida, os movimentos de deglutição e a língua estão contraídos e a saliva para de ser deglutida. O indivíduo deve ser colocado de lado, com a cabeça apoiada e virada para que a saliva escorra.
Na segunda fase, o indivíduo começa a se debater. As pessoas que estão ao redor devem afastar objetos que possam oferecer perigo, contar o tempo da crise, não restringir os movimentos e deixar o indivíduo se debater.
Se a crise durar mais de 5 minutos, a pessoa deve ser levado ao pronto-socorro, pois nesse caso o ataque traz riscos para o cérebro e em geral para a vida do paciente. Nos demais casos, passada à crise, o indivíduo passa por um período de sonolência e confusão, devendo assim deixá-lo em repouso, acalmá-lo e explicar o que aconteceu.
Todas as pessoas deviam saber o que é a epilepsia para saber como atuar em caso de necessidade.
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