Retinopatia diabética exige cuidado especial
Retinopatia Diabética é uma das principais causas de cegueira no mundo atualmente, é uma doença séria, que acomete pacientes diabéticos e pode provocar perda total da visão.
Os dados mundiais são alarmantes: 500 em cada um milhão de pessoas podem ficar cegas em decorrência de diabetes. O problema, que ganha proporções assustadoras, exige que iniciativa privada e poder público se unam no esforço de consciencializar a população sobre a importância do mapeamento de retina nos portadores de diabetes.
Com essa técnica, que é um simples exame de fundo de olho com dilatação da pupila, pode-se evitar futuras complicações. Afinal, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são as principais armas para combater a doença.
Dos pacientes com 10 anos de diabetes, 37,8% apresentam alguma espécie de Retinopatia Diabética, ou seja, têm lesões na retina provocadas pela doença.
Tratamento da Retinopatia Diabética:
Só existe uma forma de tratamento para a Retinopatia Diabética: a fotocoagulação com laser.
O tratamento consiste em algumas sessões de aplicação de laser na retina, seguidas de rígido acompanhamento médico. Se não for cuidado a tempo, o problema pode apresentar complicações como hemorragia interna no olho e descolamento de retina, evoluindo de tal maneira que somente uma cirurgia delicada e trabalhosa poderá ser a solução. Os casos mais graves levam à cegueira.
Os portadores de diabetes são pacientes crónicos, que precisam de acompanhamento pela vida inteira. O tempo de retorno ao médico varia de caso a caso, no entanto é imprescindível uma consulta ao oftalmologista pelo menos uma vez por ano, nunca ultrapassando esse período.
Afinal, o diabetes compromete o corpo todo, por isso o paciente deve ter acompanhamento multidisciplinar, começando pelo endocrinologista, que deverá encaminhá-lo aos outros especialistas, incluindo o oftalmologista.
As chances de manutenção da visão normal nos pacientes diabéticos são grandes, desde que mantenham controle da doença e tratamento das lesões oftalmológicas que surgirem. O exame para diagnóstico é simples: o mapeamento da retina é, na verdade, o popular exame de fundo de olho, realizado com a pupila dilatada e com o uso do aparelho Oftalmoscópio.
Já a fotocoagulação com laser, dependendo da região da retina que apresenta lesões, pode provocar embaçamento da visão por alguns dias.
Aparecimento da Retinopatia Diabética:
O aparecimento da Retinopatia Diabética pode ser retardado nos pacientes que seguem rigorosamente o tratamento clínico e o controle alimentar, principalmente se o acompanhamento correto for realizado desde o diagnóstico de diabetes.
Outro fator importante é a consulta periódica com o oftalmologista. Pessoas com histórico familiar de diabetes, descontroles metabólicos da taxa de glicemia ou hipertensão arterial descompensada devem procurar imediatamente um endocrinologista para realização de exame de sangue, que medirá a taxa de glicose. Já aqueles que apresentarem alterações súbitas de visão precisam passar por consulta imediata com o oftalmologista, antes mesmo da orientação do endocrinologista.
Outra precaução recomendada é ligada à Medicina do Trabalho. A instituição de exames periódicos de glicemia e de fundo de olho para os funcionários é sugestão de grande importância para as empresas. Além de prevenir a Retinopatia Diabética, as empresas ganhariam muito com a medida, pois os exames são simples, enquanto o tratamento é lento e gera muitas faltas.
Texto de: Antonio Sérgio Leone, médico, mestre em oftalmologia pela Escola Paulista de Medicina e
titular do Centro de Tratamento de Retinopatia Diabética do Cerpo Oftalmologia Especializada&Laser.
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