Porque sentimos choque quando batemos com o cotovelo?
Está a ver aquela dor tipo choque que nos dá no cotovelo quando batemos contra uma parede? É coisa para doer a sério e o mais curioso é que isto acontece porque o nervo enganou o cérebro!
Então e porque é que dói e, pior ainda, porque é que fica dormente?
O nervo só está protegido por pele. Quando entalamos o “coitado” do nervo entre duas superfícies rijas – o nosso osso e a mesa ou a parede onde batemos –, além da dor ficamos dormentes nos dedos. Isto acontece porque o nervo fica confuso com a batida e queixa-se ao cérebro através de pequenos impulsos elétricos. O cérebro, por não perceber a mensagem do nervo, vai reagir automaticamente como responderia a uma situação ameaçadora do exterior, por exemplo uma queimadura, e responde para os dedos (onde acaba o nervo). Isto é nada mais do que um engano dos sentidos, provocado pelo nervo que está desprotegido no cotovelo e por isso dói mais do que bater noutros sítios que estão protegidos por gordura e músculo.
A explicação do médico sobre o motivo de sentimos choque quando batemos com o cotovelo:
O ortopedista Rui Pimenta Ribeiro ajudou-nos a explicar em pormenor o que se passa:
Ao batermos com o cotovelo estamos a estimular o nosso nervo cubital, um nervo que começa no pescoço e atravessa todo o braço até à mão.
A dor provocada com o estímulo do nervo é intensa porque este está praticamente só coberto por pele, tornando-o mais suscetível à dor, sensação que habitualmente não é percetível nos outros nervos por estarem protegidos por músculo e gordura.
Simplificando, os nervos transmitem mensagens por impulsos elétricos ao cérebro sobre o exterior pelo tato como as variações da temperatura, de pressão, etc. O nervo cubital para além de ter função motora a nível de quase todos os músculos da mão, é o responsável pela sensibilidade dos dedos mindinho e anelar.
A dor nos dedos é chamada de dor irradiada (por acontecer numa zona diferente da zona do traumatismo). A sensação tipo choque associado à dormência acontece por uma espécie de falha interpretativa sensorial do nervo ao passar a mensagem ao cérebro. Isto acontece com a compressão do nervo cubital que vai enviar a mensagem de estímulo exterior afetando os últimos dedos da mão.
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