É nos momentos constrangedores que o nosso coração começa a querer saltar pelo peito e a cara aquece que nem chamas. Mas porque é que ficamos vermelhos? Porque é que se vê a vergonha?
O corar é umas das consequências da reação do corpo a uma ameaça exterior. O corpo dispara uma grande quantidade de adrenalina para o cérebro que vai aumentar a pressão sanguínea por todo o corpo e especialmente na cara.
Ou seja, quando passamos por um momento embaraçoso e isso nos faz sentir vulneráveis, o corpo interpreta a situação como uma ameaça à nossa integridade física e toma providencias para ficando alerta e pronto para reagir ou fugir dos perigos que se avizinham.
Dizem os especialistas que o corar é algo típico do ser humano, ao que parece os animais não conseguem corar.
Porque coramos, explicado pelo especialista
O psicólogo Pedro Santos explicou-nos que a reação vem do sistema nervoso simpático, o corar é a consequência do corpo nos preparar para uma situação ameaçadora: a adrenalina libertada funciona como estimulante natural que nos acelera a respiração e os batimentos cardíacos permitindo mais foco na vista e redirecionando toda a energia para os músculos.
Portanto não interessa a razão pela qual coramos, para o nosso cérebro está um perigo em vista e é a isso que vai reagir.
Considerações mais extensas porque coramos:
O ato de corar, também conhecido como ruborização, é uma resposta fisiológica e involuntária do corpo a determinadas situações ou emoções. Ocorre quando pequenos vasos sanguíneos, conhecidos como capilares, localizados logo abaixo da pele, se dilatam e permitem um maior fluxo de sangue para a superfície da pele, deixando-a avermelhada.
Existem várias razões pelas quais coramos, e as principais estão relacionadas a reações emocionais e ao sistema nervoso autônomo:
- Emoções: Corar é frequentemente associado a emoções como timidez, vergonha, constrangimento, nervosismo ou excitação. Quando uma pessoa se sente envergonhada ou constrangida, o sistema nervoso autônomo é ativado, causando a dilatação dos capilares da face e resultando no rubor.
- Resposta ao Estresse: O estresse emocional, ansiedade e situações de grande tensão podem levar ao aumento da atividade do sistema nervoso simpático, o que resulta na dilatação dos capilares da pele e no rubor.
- Reações Sociais: Em certas situações sociais, como receber elogios, ser o centro das atenções ou estar em situações emocionalmente carregadas, algumas pessoas tendem a corar.
- Resposta Fisiológica: Além das emoções, o corpo pode reagir a estímulos físicos, como calor, exercício físico intenso, ingestão de bebidas alcoólicas ou alimentos picantes, causando o aumento da circulação sanguínea na pele e a ruborização.
- Regulação da Temperatura: Em algumas situações, o rubor pode estar associado à regulação da temperatura corporal. Quando estamos expostos a altas temperaturas ou durante atividades físicas intensas, o corpo pode dilatar os vasos sanguíneos da pele para liberar calor e resfriar o organismo.
O ato de corar é uma resposta natural e não representa nenhum problema de saúde. Em muitas culturas, o rubor pode ser interpretado como um sinal de sinceridade, humildade ou vulnerabilidade emocional. No entanto, em algumas pessoas, o corar excessivo e frequente pode causar constrangimento ou desconforto social, e em casos extremos, pode ser um sintoma de uma condição médica conhecida como rubor facial persistente ou eritrofobia, que pode ser tratada por um profissional de saúde adequado
Como evitar ficar corado?
Agora que já sabe porque coramos, muitas pessoas nos perguntam como evitar ficar corado. Embora o ato de corar seja uma resposta natural do corpo a diversas situações emocionais e fisiológicas, em alguns casos, pode ser desejável evitar o rubor excessivo, especialmente em situações sociais que possam causar constrangimento. Embora não seja possível eliminar completamente o corar, algumas estratégias podem ajudar a reduzir sua intensidade ou frequência:
1. Pratique a Respiração Profunda: Respirar profundamente e de forma consciente pode ajudar a reduzir a resposta do sistema nervoso simpático, responsável pelo rubor. Inspire lentamente pelo nariz, segure por alguns segundos e expire lentamente pela boca.
2. Aprenda a Controlar suas Emoções: O rubor muitas vezes está associado a emoções como vergonha, constrangimento e ansiedade. Aprender a controlar essas emoções pode ajudar a reduzir a resposta de corar. Técnicas de relaxamento, como meditação e mindfulness, podem ser úteis para controlar a ansiedade e o nervosismo em situações sociais.
3. Pratique a Exposição Gradual: Se o rubor estiver associado a situações específicas, como falar em público, praticar a exposição gradual pode ajudar a reduzir a reação. Comece enfrentando situações menos desafiadoras e, gradualmente, vá se expondo a situações mais intensas.
4. Evite Estímulos Desencadeantes: Evite o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, alimentos picantes ou cafeína, pois esses estimulantes podem aumentar o fluxo sanguíneo na pele e potencialmente causar rubor.
5. Técnicas de Desvio de Atenção: Em algumas situações sociais em que você se sinta desconfortável e propenso a corar, tente desviar a atenção para outros aspectos da conversa ou do ambiente para redirecionar o foco e reduzir a ansiedade.
6. Consulte um Profissional de Saúde: Se o corar excessivo estiver afetando significativamente sua qualidade de vida ou causando desconforto emocional, considere consultar um profissional de saúde, como um psicólogo ou psiquiatra, que pode ajudar a abordar questões emocionais subjacentes e oferecer estratégias específicas para lidar com o rubor.
É importante lembrar que o corar é uma reação natural do corpo e, em muitos casos, é visto como um sinal de sinceridade e empatia. No entanto, se o rubor estiver causando dificuldades significativas, buscar orientação profissional pode ser benéfico para aprender a lidar com a situação de forma mais tranquila e confiante
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