Cuidados com a pele em função da idade

Os cuidados com a pele variam dependendo da idade. Ao longo da vida muita coisa muda e a nossa pele não é exceção. Protegê-la é uma questão estética mas também de saúde. Saiba o que deve ter em atenção e quais os cuidados a ter com a sua pele nas diferentes fases da vida.

A pele é o maior órgão do corpo humano e cumpre a função  o revestimento externo do nosso corpo. É a nossa primeira proteção contra agressões externas e é também considerada o maior e mais pesado órgão do corpo humano. Por questões de saúde e de estética, importa preservá-la. Ao longo de uma vida inteira nascemos, crescemos e sentimos as mudanças que ocorrem na nossa vida. A pele acompanha-nos em todo este processo, fazendo o seu próprio ciclo de vida.

Cuidados com a pele

Cuidados com a pele na infância:

O dermatologista Orlando Martins explica-nos que “principalmente nos primeiros dois anos é preciso um certo número de cuidados”. Estes cuidados verificam-se no tipo de lavagem e no tipo de produtos que estamos a utilizar durante o banho, evitando produtos à base de álcool, por exemplo, mas também por evitar banhos com a temperatura muito quente (o que desidrata a pele). “Como não está completamente desenvolvida, a pele da criança absorve muito mais facilmente que a de um adulto e portanto não deve entrar em contacto com produtos químicos”, explica-nos o dermatologista.

Os cuidados com a exposição solar aplicam-se a todas as pessoas, independentemente das idades. Mas convém ter em atenção que nas crianças é imprescindível ter cuidado s. Existem protetores solares minerais, especialmente indicados para os mais novos, que devem ser aplicados de forma abundante e repetir-se o processo sempre que necessário. Mesmo com toda esta proteção, é importante que a criança não passe muito tempo debaixo de raios solares. Se tudo isto for feito, não só se evitam problemas de momento, como o incómodo de um escaldão, como se evitam problemas futuros. Acima de tudo, lembre-se: a juventude pode disfarçar muita coisa durante muito tempo. Mas uma pele mal tratada na infância cedo ou tarde irá notar-se.

 

Cuidados com a pele na adolescência:

Na adolescência os níveis elevados de hormonas estimulam as glândulas que tornam a pele mais oleosa. Pontos negros e borbulhas tornam-se uma preocupação na mesma altura em que se começa a ter maiores preocupações estéticas. Nesta altura, refere Orlando Martins, “já se devem utilizar produtos que retirem a gordura, principalmente ao nível da face, que é onde se nota mais”. Embora a pele na adolescência já suporte mais agressões do que na infância, os cuidados mantém-se em relação à exposição solar.
No caso das raparigas, pode-se ter também cuidado ao nível da maquilhagem, preferindo uma base que não obstrua os poros. É também boa altura para cimentar o hábito de lavar o rosto diariamente, optando por loções antibacterianas adequadas que ajudam a manter a pele limpa. Se porventura a acne continuar a ser um problema, o melhor mesmo é consultar um especialista para seguir um tratamento devidamente acompanhado.

Cuidados com a pele entre os 20 e os 30 anos:

Aos 20 anos a prevenção é tudo. No auge da juventude, a pele está macia, lisa e firme, mas não será de estranhar que seja logo aos 20 que comecem os cuidados com o envelhecimento precoce.

Aos 20 e 30 anos é essencial manter-se uma boa proteção solar e hidratação, o que previne marcas superficiais. É hora para começar a usar cremes específicos para nutrir a pele. “A partir dos 30 e tal anos a pele começa a tornar-se uma pele com menos oleosidade”, explica-nos o dermatologista.

É possível que por esta altura já existam algumas manchas do sol e cicatrizes de acne no rosto, que podem ser tratadas com ajuda especializada, sem ser necessário recorrer a métodos particularmente agressivos a atuar na pele.

Se for o caso, é também boa idade para deixar de fumar, já que de entre os malefícios do tabaco há um que a pele conhece demasiado bem: o envelhecimento.

 

Cuidados com a pele a partir dos 40:

Nesta idade a pele tem características próprias que decorrem do envelhecimento da pele. Além do mais há outras alterações hormonais a ter em conta, nomeadamente no caso de mulheres que atingiram a pré-menopausa ou mesmo a menopausa.

A exfoliação e a aplicação de máscaras revitalizadoras poderão justificar-se mas a hidratação, a limpeza da pele e até alguma “ginástica” facial são para ser tidas em conta. E é natural que a pessoa também opte pela aplicação regular de cremes antirrugas no período noturno.

Com a entrada na menopausa, a pele tende a secar e fica mais desidratada. Beber mais água é necessário, e não apenas por questões da pele. Orlando Martins explica-nos que é também a partir dos 40 que se nota o aparecimento de mais rugas, “em parte devido à desidratação da pele e a natural exposição das intempéries ao longo dos anos”. Com os 50, 60 anos a pele também se torna ligeiramente mais fina e algumas rugas vão-se acentuando.

No entanto, é possível contrariar algumas delas. O uso de cremes para as rugas justifica-se não só pela hidratação que estes cremes permitem mas também porque na sua composição contam-se habitualmente alguns ácidos que provocam pequenas irritações – irritações essas que, por resultarem num pequeno edema, disfarçam as rugas.

Cuidados com a pele na terceira idade:

A pele é constantemente exposta a fatores como raios solares e poluição que, associados ao envelhecimento, prejudicam a sua vitalidade. Na terceira idade é preciso dar mais atenção à pele, já que o órgão fica mais fino, desidratado e com menos elasticidade.

O uso de sabonetes que possuam em sua composição creme hidratante é recomendado, enquanto os banhos com água quente devem ser evitados, já que contribuem para a retirada da gordura natural que a pele possui, deixando-a ainda mais desidratada. Deve-se também ter o cuidado de evitar substâncias que sejam irritantes.

A limpeza ajuda a minimizar os efeitos do envelhecimento, removendo impurezas e favorecendo a hidratação. Deve contudo nunca se esquecer que a temperatura da água também conta, e que água muito quente redundará numa pele mais seca – exatamente o contrário do que se procura nesta idade.

A estes cuidados ao longo da vida acrescentamos ainda que as pessoas de pele mais clara devem ter particular cuidado, nomeadamente em relação à exposição solar, já que, como nos explica Orlando Martins, “a pele mais escura é mais espessa e mais oleosa, portanto aguenta mais”, enquanto numa pessoa de pele mais clara muitos destes problemas tornam-se mais vincados.

O mesmo se aplica a quem tem olhos claros, mais sensíveis à luz do sol. Usar óculos de sol pode parecer um conselho muito simplista mas a verdade é que evita que a pessoa contraia com tanta frequência as pálpebras (uma reação muscular que ao fim de uns anos redundará em marcas de rugas na pele em torno dos olhos).

Há cuidados essenciais para todos os tipos de pele e em função de todas as idades e há cuidados de idades em particular. Mas mais do que procurar por produtos milagreiros, é preferível pensar no ciclo de vida da pele a longo prazo. Reconhecendo que há fatores que dependem inteiramente de nós, mas que há também uma inevitabilidade em tudo isto: envelhecemos. O que quer dizer que o que se aplica ao nosso organismo por inteiro, também se aplica à pele em particular: é preferível fazê-lo cuidados não só por fatores estéticos mas acima de tudo porque é uma questão de saúde.

Fontes:
– Orlando Martins, Dermatologista (Clínica de Dermatologia do Areeiro)
– As Sete Idades da Mulher, de Rosemary Leonard

Atualizado a:

você pode gostar também