Sintomas de pneumonia, causas, curas, tratamento e prevenção!
O que é a pneumonia e quais os seus sintomas?
A pneumonia consiste numa inflamação do parênquima pulmonar, que corresponde à área do pulmão onde se dão as trocas gasosas, essenciais para a manutenção da vida. Numa situação de pneumonia, os alvéolos e os bronquíolos respiratórios, que se localizam nesse parênquima pulmonar, ficam preenchidos com um líquido que é resultante dessa inflamação, não sendo capazes de realizar as trocas gasosas e reduzindo a elasticidade do pulmão devido à consolidação das zonas do parênquima, o que provoca dificuldade respiratória.
Não existe um quadro de sinais e sintomas único que se encaixe em todos os pacientes. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a pneumonia é a principal causa de mortalidade em crianças a nível mundial. Os sintomas de pneumonia podem ser bastante diferentes de um paciente para o outro, variando de acordo com a idade, também com o seu estado clínico prévio e com o agente infeccioso. Os sintomas mais típicos, tais como tosse e febre, podem ter apresentações muito diferentes, dependendo das características clínicas da pessoa doente. Por exemplo, há casos de pneumonia com febre alta, casos de pneumonia com febre baixa e casos de pneumonia sem febre. No caso da tosse pode ter expectoração clara, esverdeada, amarelada ou sanguinolenta, mas ela também pode não ter secreção alguma ou simplesmente não estar presente.
Sintomas de peneumonia em crianças:
Os principais sinais ou sintomas da pneumonia bacteriana em crianças tendem a variar de acordo com o agente infeccioso, com a idade da criança, com a gravidade da infecção e com o historial clínico do paciente, ou seja, se é uma criança saudável ou que previamente já passou por algum problema de saúde.
Pelo geral, a pneumonia acarreta o surgimento de febre alta, prostração e tosse, que geralmente evoluem em poucas horas. Contudo, nas chamadas pneumonias atípicas, o quadro pode ser mais insidioso, com instalação progressiva dos sintomas ao longo de vários dias.
Os sintomas mais comuns de pneumonia em crianças são os seguintes:
- Febre.
- Tosse.
- Taquipneia (respiração acelerada).
- Letargia.
- Vômitos.
- Sinais de esforço para respirar.
- Respiração ruidosa.
- Recusa alimentar.
- Dor no peito.
- Dor abdominal.
Apesar de não ser um sintoma de pneumonia obrigatório, a verdade é que a febre é um sintoma presente em mais de 90% dos casos de pneumonia, principalmente em crianças com mais de 1 ano. Em determinados casos, a febre pode até ser o único sinal presente.
A tosse é outro sintoma muito comum, detectado em cerca de 70% dos casos. Porém, uma tosse com expectoração amarelada ou esverdada, que é um sintoma típico de infecções pulmonares, pode não estar presente em mais da metade do casos.
Não é o mais comum, mas é possível que a criança tenha pneumonia sem ter febre ou tosse, principalmente nos bebés. Em algumas crianças, a pneumonia pode se apresentar apenas com dificuldade respiratória e taquipneia. Também podem apresentar apenas sonolência e pouca reatividade.
A taquipneia é um dos principais sintomas a ser pesquisado quando queremos avaliar a possibilidade de uma pneumonia com sinais de gravidade. Toda a criança que apresenta uma frequência respiratória elevada, mesmo sem febre ou tosse, deve ser imediatamente levada para avaliação médica. Consideramos um sinal de gravidade quando a criança apresenta a seguinte frequência de incursões respiratórias (número de inspirações por minuto):
- Crianças com menos de 2 meses – mais de 60 incursões respiratórias por minuto.
- Crianças entre 2 e 12 meses – mais de 50 incursões respiratórias por minuto.
- Crianças de 1 a 5 anos – mais de 40 incursões respiratórias por minuto.
- Crianças maiores que 5 anos – mais de 20 incursões respiratórias por minuto.
É importante destacar que a taquipneia é mais útil para avaliar gravidade do que para fazer o diagnóstico de pneumonia, isso porque nos primeiros dias de infecção, a criança não costuma ter uma respiração muito acelerada.
O único sinal ou sintoma que parece ser comum em todas as crianças infectadas com pneumonia é aparência de estar doente. Isso significa que a criança fica menos ativa, come menos, mais irritada ou sonolenta… São um conjunto de fatores que fazem com que os país percebam que a criança não está no seu estado habitual.
Sintomas de pneumonia nos adultos:
Nos adultos saudáveis com menos de 65 anos, o quadro de pneumonia costuma ter origem bacteriana e se instala rapidamente, com instauração dos sintomas nas primeiras 24 a 48 horas. É comum o quadro de pneumonia bacteriana ser antecedido em 2 ou 3 dias por uma virose respiratória.
Os sinais ou sintomas mais comuns de pneumonia nas pessoas adultas são:
- Febre – que pode ser alta ou baixa.
- Tosse – que pode ser seca ou ter expectoração clara, amarelada, esverdeada ou sanguinolenta.
- Calafrios.
- Suores.
- Dor torácica, que geralmente agrava-se com a respiração profunda (esse tipo de dor é conhecido como dor pleurítica).
- Falta de ar.
- Prostração.
- Cansaço aos pequenos esforços.
- Náuseas e vômitos.
Os quadros de pneumonia podem ser leves, podendo ser tratados com antibióticos por via oral em casa, ou graves, necessitando de internação hospitalar e antibioterapia por via venosa. Cerca de 20% dos pacientes com pneumonia acabam precisando de tratamento no hospital.
Como se diagnostica a pneumonia?
O diagnóstico depende da história clínica e do exame médico. A radiografia torácica é imprescindível para garantir o diagnóstico de pneumonia e excluir outras doenças que possam dar sintomas do mesmo tipo.
Infelizmente nem sempre existem condições para se obter a radiografia em tempo útil mas os sintomas e o modo como se estabeleceram, permitem um correcto diagnóstico clínico.
De qualquer modo, a radiografia torna-se imprescindível se não houver melhoria em 48 a 72 horas ou se o doente tem factores de risco que facilitem o aparecimento de complicações.
A tomografia computorizada pode fornecer imagens de melhor resolução do que a radiografia e, por isso, em alguns casos, poderá estar indicada.
Para lá da radiografia, poderão ser pedidas análises ao sangue que ajudem a identificar o agente infeccioso. Podem ser igualmente realizadas análises da expectoração. Nos casos mais graves, poderá estar indicada a colheita de líquido pleural ou a realização de uma broncoscopia.
Como tratar a pneumonia?
Na maioria dos casos, talvez mais de 80%, o tratamento faz-se em ambulatório não sendo necessário internamento. Este está indicado quando o doente apresenta outros problemas de saúde, quando a evolução da pneumonia não decorre de modo favorável nas primeiras 48 a 72 horas, quando ocorre um agravamento dos sintomas ou do quadro clínico ou quando surgem complicações.
O tratamento baseia-se em antibióticos, quase sempre por via oral, e outras medidas de apoio conforme necessário (medicamentos para a febre, tosse, etc.). Nas pneumonias virais, poderão estar indicados medicamentos antivirais.
Como prevenir a pneumonia?
A vacina da gripe e a vacina pneumocócica podem ser administradas ao mesmo tempo, mas em locais distintos. A vacina protege as pessoas das formas mais agressivas da doença devendo, por isso, ser administrada às que apresentam maior risco de saúde, como os idosos com idade superior a 65 anos, os que vivem em lares ou noutras instituições, os que têm doenças crónicas, os sujeitos a tratamentos que debilitam as suas defesas, as grávidas e os prestadores de cuidados de saúde e todos os que convivem com pessoas em maior risco.
Sabe-se que a infeção viral recente favorece o aparecimento de determinados tipos de pneumonia e aumenta a probabilidade de complicações, pelo que é importante que as pessoas, sobretudo aquelas que apresentam mais fatores de risco, se vacinem contra a gripe.
Uma nutrição adequada estimula as defesas naturais e ajuda a prevenir o desenvolvimento de pneumonia. O controlo da poluição e uma boa higiene, sobretudo em casas com famílias numerosas, são outras medidas importantes.
Em Portugal são comercializadas duas vacinas contra os pneumococos, as principais bactérias responsáveis pelas pneumonias. São as duas injetáveis e constituídas por fragmentos de vários tipos de pneumococos responsáveis pela maioria das infeções mais graves provocadas por esta bactéria.
A chamada vacina antipneumocócica conjugada pediátrica, tem indicação para ser utilizada em crianças entre os 6 meses e os 5 anos e confere proteção contra sete diferentes tipos de pneumococos. É comercializada no nosso país e os pediatras administram-na aos 2, 4 e 6 meses, reforçando a vacinação aos 18-24 meses. Uma outra vacina antipneumocócica poliosídica, comercializada no nosso país confere proteção contra 23 tipos diferentes de pneumococo e está indicada para crianças com idade superior a dois anos e para adultos.
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