Prevenir a incontinência urinária com o Treino de Pilates

Através do método Pilates é possível fortalecer a musculatura pélvica, prevenindo o aparecimento da incontinência urinária, um problema frequente entre as mulheres e com um forte impacto no estilo de vida. A International Continence Society (ICS) define a incontinência urinária como uma queixa de perda involuntária de urina cuja origem pode ter diferentes causas. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 10 por cento da população mundial apresenta algum grau de incontinência urinária. Ocorre em pessoas de ambos os sexos e de todas as idades, mas nas mulheres o seu aparecimento é duas vezes maior do que nos homens. No caso deles, a incidência de incontinência urinária é muito comum após a remoção total da próstata. Em Portugal estima-se que a incontinência urinária afete cerca de 600 mil pessoas. No entanto, e apesar dos números elevados, a taxa de cura pode chegar aos 90 por cento.

 

Existem vários tipos de incontinência urinária, como por exemplo, incontinência de esforço, em que o defeito é do mecanismo esfincteriano (músculo que rodeia a uretra e cuja contração a encerra), ou seja, o mecanismo que impede que a urina saia da bexiga, enquanto esta se vai enchendo.

Uma das técnicas de reabilitação do pavimento pélvico são os exercícios de Kegel. Têm como objetivo principal treinar e desenvolver a musculatura pélvica, (através da contração e descontração) podendo contribuir para a melhoria dos sintomas.

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A musculatura pélvica é formada por uma malha de fáscias, ligamentos, músculos, que no caso das mulheres formam um oito, sendo que, o círculo de cima envolve a abertura da vagina e da uretra e o círculo de baixo envolve a abertura do ânus. Resumindo, em ambos os sexos são músculos que formam uma “rede” pendurada em dois pontos, à frente e atrás da pélvis que funciona como base de sustentação dos órgãos internos.

Um soalho pélvico saudável tem um bom tônus (firmeza) e elasticidade, mas com a idade, a falta de exercício, o envelhecimento, a perda de força, a menopausa, obesidade, obstipação crónica, tabagismo, partos, cirurgias pélvicas ou acidentes com fratura da bacia, entre outros fatores, podem enfraquecer esta musculatura.

Também alguns desportos, atividades de alto impacto (corrida, saltos, artes marciais), ou levantamento de pesos/cargas muito pesadas, podem afetar o seu bom funcionamento, devido a um aumento da pressão intra-abdominal, que pressiona a bexiga. Isto deve-se a uma descompensação entre a força do abdómen e o tónus da musculatura do períneo, que não se trabalha com nenhum desporto e necessita de um treino específico.

Como qualquer outro músculo, esta musculatura deve ser exercitada regularmente, mantida forte, sadia e ativa durante toda a vida.

Todos os exercícios de Pilates assentam na mobilidade e estabilidade através do trabalho de core. Os movimentos do corpo devem ter origem num centro forte, no qual os músculos abdominais e profundos, assim como o soalho pélvico são requisitados para a sua correta execução, sendo este trabalho muito importante na prevenção da incontinência urinária.

A técnica de Pilates, desenvolvida pelo alemão Joseph Pilates, é um método de treino com peso do próprio corpo e uma das modalidades mais seguras e para qualquer idade, proporcionando inúmeros benefícios:

– promove uma maior consciência corporal

– melhora a postura, restaurando o alinhamento postural (e como consequência melhora o visual, assim como a autoestima)

– estimula o bem-estar psicológico, contrariando o stress, e aliviando as tensões musculares.

– melhora a mobilidade através do aumento da área de movimentos das articulações, deixando o corpo menos vulnerável a lesões.

– fortalece a coluna e torna-a mais flexível, oferecendo alívio das dores nas costas.

O método Pilates não substitui outros tipos de treino, mas funciona como um complemento, fortalecendo e preparando o corpo para exercer qualquer outra atividade física.

“Em dez sessões sentirá a diferença. Em vinte, verá a diferença e em trinta terá um novo corpo.”

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