A glândula tiróide é muito sensível nas mulheres
As hormonas tiroideias são produzidas a partir do iodo contido nos alimentos; posteriormente são armazenadas na glândula podendo ser mobilizadas em qualquer momento. De onde vem o sinal? Da hipófise. Esta glândula envia mensagens à tiróide com o objectivo de manter constante o nível das suas hormonas no sangue. Segundo as necessidades do organismo, pode estimular ou, pelo contrário, travar a sua secreção.
Este sistema é, naturalmente, o mesmo nos dois sexos. No entanto, os problemas da tiróide são sete vezes mais frequentes nas mulheres. Porquê? Sem dúvida porque a proteína “táxi” que assegura o transporte das hormonas tiroideias no sangue é a mesma que veicula os estrogénios. Qualquer variação destes últimos é, pois, susceptível de influenciar o funcionamento da glândula. Como que por destino, os problemas da tiróide surgem, frequentemente, nas fases mais importantes da vida das mulheres.
Na puberdade
A taxa de estrogénios eleva-se progressivamente no decurso da puberdade e cria uma necessidade suplementar de hormonas tiroideias. Se a jovem sofrer nessa fase uma pequena carência em iodo, a produção é insuficiente.
Resultado: a hipófise “insiste” em estimular a tiróide, a qual engrossa formando um bócio. Se o pescoço aumentar de volume na adolescência, é necessário efectuar um diagnóstico. Mas raramente um tratamento é útil. Na maior parte das vezes, tudo entrará na ordem alguns meses mais tarde.
Durante a toma da pílula
As doses de estrogénios contidas na pílula são muito fracas para acarretar modificações ao nível da glândula. Em contrapartida, algumas mulheres constatam que o seu pescoço aumenta de volume durante o ciclo menstrual, tal como outras sentem o peito ou a barriga inchar antes do período. A explicação é simples: a maior produção de estrogénios durante o ciclo menstrual conduz a uma hipervascularização da glândula; daí ela inchar.
Durante a gravidez
No princípio da gravidez, o aumento brutal dos estrogénios conduz a uma espécie de bloqueio das hormonas tiroideias na proteína “transportadora”.
Resultado: a glândula liberta menos hormonas no sangue. A hipófise dá-lhe, assim, ordem para fabricar mais. Este afluxo hormonal não tem geralmente consequências, excepto nas grávidas que têm um pequeno bócio, cujo volume, então, aumenta. Em outras constata-se o aparecimento de nódulos, ou seja, pequenas bolas ao nível da glândula. Estas alterações não devem inquietar e não necessitam geralmente de tratamento, sendo, porém, aconselhável efectuar um exame médico.
Em contrapartida, as mulheres que sejam hipotiroideias (com défice de hormona) devem sempre consultar o médico a fim de adaptar o seu tratamento. Um equilíbrio hormonal correcto é, com efeito, indispensável ao feto. Após o parto, as perturbações tiroideias são comuns: as importantes modificações imunitárias da gravidez (o organismo deve tolerar o feto “estranho”) podem, de facto, provocar excessos ou insuficiências hormonais.
Convém pensar nisso se uma mulher se sentir anormalmente cansada ou deprimida e não conseguir perder peso ao fim de quatro ou cinco meses.
Na menopausa
Nos anos que precedem a menopausa, inúmeras mulheres apresentam um desequilíbrio entre os estrogénios e os progestativos. O aparecimento de um hipotiroidismo é, assim, comum. É por isso que ao mais pequeno sinal (aumento de peso, alterações de humor), os médicos pedem um exame hormonal. O envelhecimento prematuro da glândula, provavelmente ligado à diminuição dos estrogénios, explica também uma parte dos hipotiroidismos observados nesta fase da vida.
Alterações e suas consequências | |
Quando a glândula acorda | Quando a glândula adormece |
Cérebro: nervosismo, irritabilidade, agressividade invulgar |
Cérebro: abrandamento da actividade cerebral, perda de memória, depressão |
Olhos: olhar fixo, olhos exorbitados (unicamente na doença de Basedow). |
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Pele: sensação permanente de calor, suores e sede. | Pele: dura, grossa e seca, de cor pálida, hipersensível ao frio. |
Coração: palpitações, aceleração do ritmo cardíaco. |
Coração: abrandamento do ritmo cardíaco. |
Intestinos: diarreia. | Intestinos: prisão de ventre. |
Peso: emagrecimento. | Peso: aumento |
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