Combater o esgotamento e o stress
O ritmo da vida moderna atirou-nos para uma espécie de turbilhão do tempo. Somos constantemente pressionados para ir agora, ver agora, comprar agora, desfrutar agora. Além do mais, como nos dizem os anúncios publicitários, só temos uma hipótese na vida, e é bom que agarremos tudo o que pudermos.
Mas depois de alguns anos a agarrar, a obter, a ir, a ver, a comprar, começamos a sentir-nos massacrados e desapontados. O preço inevitável vem mais tarde: esgotamento, dívidas, saúde débil, depressão e perda de interesse na vida. É um ciclo vicioso que tem aprisionado muitos homens e mulheres bem-intencionados.
“Esgotados.” “Sobrecarregados.” “Exaustos.” “Esmagados.” Estas são algumas das palavras que usamos para descrever o impacto do stresse na nossa vida. Na nossa sociedade pressionada pelo tempo, poucas pessoas escapam sem sentir – pelo menos durante algum tempo – que estão a combater o stresse.
O excesso de stresse é um problema muito real. Aprender a lidar com ele tornou-se numa questão importante de saúde, desde que os estudos feitos começaram a ligar o stresse a uma nuvem de doenças físicas.
No entanto, um stresse reduzido também pode causar problemas – fadiga, aborrecimento, intranquilidade, baixo rendimento no trabalho e depressão. O desafio é encontrar um meio-termo entre os dois extremos. Na maior parte dos casos, fugir não é a resposta. Devemos desenvolver métodos mais positivos de enfrentar a situação.
O que é o stresse?
O stresse acontece em qualquer situação que requeira fazer uma mudança. A maior parte das pessoas define stresse como problemas que as confrontam e preocupações com que têm de lidar.
Um certo tipo de stresse, muitas vezes definido como “eustresse” (bom stresse), pode melhorar a nossa atenção, promover o estado de alerta e resultar em melhores desempenhos.
Alguns exemplos podem ser as competições desportivas, as representações teatrais, fazer ski por uma colina abaixo, ganhar uma corrida, receber uma promoção no trabalho. O stresse envolvido nestas situações pode produzir sentimentos de grande prazer.
Outros tipos de stresse podem não ser tão entusiasmantes, mas, mesmo assim, produzem fortes sentimentos de satisfação: um serão romântico, um elogio de um colaborador, um bom relatório escolar de um filho. Outros tipos de stresse, ainda, podem cansar-nos, apesar de serem bons em si mesmos: um casamento, ou uma reunião de família.
Depois, há os tipos de stresse que nos deprimem e nos esgotam: a perda do emprego, problemas legais, os filhos rebeldes, um divórcio, a morte de um ente querido.
Diz-se que a saúde é a capacidade de nos adaptarmos às pressões da vida. Se assim for, as pessoas saudáveis devem descobrir maneiras de se controlar a si mesmas, mantendo o seu stresse num equilíbrio positivo.
Como fazê-lo?
Para entendermos o stresse, precisamos de reconhecer uma diferença fundamental: a diferença entre “stressores” e “stresse”. O termo “stressores” refere-se a forças exteriores com as quais temos de lidar. “Stresse” refere-se à resposta que o indivíduo dá a esses estímulos exteriores. Hoje sabemos que não é aquilo que temos de enfrentar (stressores), mas a forma como lidamos com eles (resposta) que dita a gravidade do stresse na nossa vida.
Por exemplo, imagine um homem muito irritado que caminha, à chuva, para o trabalho, praguejando todo o percurso. O que é que se passa dentro deste homem? Agora, imagine três crianças que brincam, alegremente, debaixo dessa mesma chuva. O que é que se passa dentro dessas crianças? Quem é que tem mais stresse? A diferença não está nas circunstâncias, mas na atitude em face delas.
Por vezes, é possível sentirmo-nos emocionalmente stressados sem sabermos porquê. Para lidar com as pressões da vida, a primeira coisa que devemos fazer é reconhecer e identificar os stressores importantes que estamos a enfrentar. A noção de que o stressor e a resposta do stresse não são a mesma coisa é fundamental.
Por isso, convidamos o Leitor a tomar tempo agora mesmo para fazer uma lista dos dez principais stressores presentes na sua vida. Em vez de comermos de mais, de bebermos de mais ou de nos refugiarmos numa atividade só para passar tempo, podemos identificar a fonte do nosso problema e trabalhar para ter uma solução. Identificar esses stressores abre o caminho para que comecemos a planear uma forma de os enfrentar.
Mecanismos para enfrentar os stressores
Há muitas técnicas que funcionam, mas aqui ficam algumas das mais importantes:
› Adaptação saudável significa que você reconhece o stressor e faz alguma coisa positiva acerca dele. Ignorar ou negar o problema é uma resposta não saudável, tal como o é o escape.
› Organização e planeamento adequados. Estes passos são exigidos para determinar o que vai ter de fazer para cumprir uma tarefa antes de a começar.
› Atitude mental positiva. Não fique ansioso acerca do futuro; tome um dia de cada vez. As preocupações tendem a incapacitar, mas ver o problema como um desafio tende a ser motivador.
› Dedique-se a uma causa que ajude outras pessoas e que tenha um conteúdo fortemente moral. O altruísmo é uma das mais sublimes receitas para ter saúde e a abnegação pode ser uma forma positiva de canalizar os nossos pensamentos e atos.
› Um estilo de vida saudável. É difícil danificar gravemente com stresse um corpo saudável.
Pode ajudar a proteger o seu corpo contra os efeitos daninhos do stresse com estas simples “vacinas”:
– Pratique regularmente exercício físico, pelo menos 30 minutos por dia. O exercício físico produz endorfinas, as hormonas do bem-estar que protegem o corpo contra o stresse. A luz solar e o ar fresco também produzem endorfinas, por isso praticar exercício ao ar livre é duplamente benéfico.
– Coma uma alimentação vegetariana simples. O corpo processa facilmente uma alimentação desse tipo. O resultado é mais energia, mais eficácia e mais resistência. A vitamina C assim ingerida ajudará a manter um bom nível de atividade do seu sistema imunitário e, ao mesmo tempo, atuará também ao nível muscular e emocional.
– Nada de tabaco, nem de álcool, nem de cafeína ou de outras drogas daninhas. Todas estas substâncias apresentam mais tarde faturas pesadas para pagar, muitas vezes, a partir logo do dia seguinte à sua ingestão.
– Repouso adequado. Isso inclui uma boa noite de sono e horas regulares para relaxar e recrear-se.
– Use liberalmente água por dentro e por fora. Beba água suficiente para manter a urina clara (de 6 a 8 copos por dia). Um duche quente e frio todas as manhãs começa bem o seu dia.
– Âncoras estáveis para a vida. Uma fé religiosa, um lar onde há amor, um trabalho que o faz sentir-se útil, bons amigos, um propósito na vida – eis as vacinas contra o stresse.
– Pense em temas elevados. O que vemos e ouvimos pode ser controlado por nós – filmes, rádio, TV, revistas, jornais. A publicidade é bem-sucedida porque usa estes meios de chamar a atenção para o que não temos, fazendo com que nos sintamos descontentes. Lembre-se: “O homem que tem pouco e quer menos é mais rico do que aquele que tem muito e quer mais.”
– Se tem uma fé religiosa, a confiança em Deus proporciona uma proteção contra o stresse e uma barreira contra a ansiedade. Confiar em Deus envolve confiar totalmente que esse Ser infinito em amor vai agir em nosso favor da forma e no momento que forem melhores para nós, segundo a Sua vontade.
Oritmo da vida moderna atirou-nos para uma espécie de turbilhão do tempo. Somos constantemente pressionados para ir agora, ver agora, comprar agora, desfrutar agora. Além do mais, como nos dizem os anúncios publicitários, só temos uma hipótese na vida, e é bom que agarremos tudo o que pudermos.
Mas depois de alguns anos a agarrar, a obter, a ir, a ver, a comprar, começamos a sentir-nos massacrados e desapontados.
O preço inevitável vem mais tarde: esgotamento, dívidas, saúde débil, depressão e perda de interesse na vida. É um ciclo vicioso que tem aprisionado muitos homens e mulheres bem-intencionados.
“Esgotados.” “Sobrecarregados.” “Exaustos.” “Esmagados.” Estas são algumas das palavras que usamos para descrever o impacto do stresse na nossa vida. Na nossa sociedade pressionada pelo tempo, poucas pessoas escapam sem sentir – pelo menos durante algum tempo – que estão a combater o stresse.
O excesso de stresse é um problema muito real. Aprender a lidar com ele tornou-se numa questão importante de saúde, desde que os estudos feitos começaram a ligar o stresse a uma nuvem de doenças físicas. O stresse tem sido associado a praticamente todos os problemas médicos que temos – ataques cardíacos, AVC’s, hipertensão, úlceras, colite, asma, artrite, acne, frigidez e até mesmo o cancro.
No entanto, um stresse reduzido também pode causar problemas – fadiga, aborrecimento, intranquilidade, baixo rendimento no trabalho e depressão. O desafio é encontrar um meio-termo entre os dois extremos. Na maior parte dos casos, fugir não é a resposta. Devemos desenvolver métodos mais positivos de enfrentar a situação.
Ajuda contra o stresse
O uso de fármacos (relaxantes musculares e tranquilizantes) é, em muitos casos, desnecessário. Com a exceção do tratamento de patologias concretas, que requerem prescrição médica, os fármacos não ultrapassam os benefícios sintomáticos de outros tratamentos não químicos, e produzem efeitos secundários, como sonolência, diminuição dos reflexos, hipotensão e debilidade.
Além disso, muitos medicamentos anti-stresse causam dependência e provocam sintomas desagradáveis quando cessa a sua administração.
Existem plantas medicinais conhecidas pelas suas propriedades relaxantes e tranquilizantes. O seu uso é seguro, económico e eficaz.
As mais conhecidas são a tília, a valeriana, a passiflora e o pilriteiro.
A água (hidroterapia) também possui propriedades anti-stresse. Um banho morno de 15 minutos, seguido de um duche de água fria de 30 segundos, produz relaxamento muscular generalizado e contribui para o controlo do stresse. A água do mar (talassoterapia) e os banhos de sol tonificam o organismo, estimulando as glândulas de secreção interna e o metabolismo em geral.
Como pode ver, amigo Leitor, muitas coisas na vida permitem-nos uma escolha. Não deixe para mais tarde! Escolha desfrutar da vida à medida que ela passa. Aprecie a luz do Sol e a chuva. Sinta o cheiro das flores, retribua os sorrisos, brinque com as crianças. Esta visão da vida custa pouco e evita recaídas. Não apresenta nenhuma fatura para pagar mais tarde. Em vez disso, paga generosos dividendos.
Sou Vítima do Stresse? SIM NÃO
Para saber se o seu stresse é prejudicial, responda SIM ou NÃO às seguintes perguntas:
1. Procura a Natureza no seu tempo livre?
2. Ingere bebidas alcoólicas?
3. Come muitas frutas e verduras?
4. Fuma?
5. Faz exercício de forma regular?
6. Vive numa casa limpa e ordenada?
7. Toma tranquilizantes habitualmente?
8. Vive num bairro ruidoso?
9. Desfruta do ambiente do lar?
10. Há demasiada gente ao seu redor?
11. Começa a esquecer-se das coisas?
12. Tem bom apetite?
13. Sente-se fatigado sem razão aparente?
14. Faz bem as digestões?
15. Dorme bem?
16. Irrita-se com facilidade?
17. Dá-se bem com os seus superiores?
18. Utiliza o automóvel como meio de trabalho?
19. Tem um trabalho estável?
20. Tem de levar trabalho para casa?
21. Dá-se bem com os seus colegas e amigos?
22. Impacienta-se muito quando alguém se demora?
23. Sabe ouvir com paciência?
24. Fala demasiado?
25. Propõe-se fazer as coisas melhor do que os outros?
26. Está satisfeito com a sua vida sexual?
27. Agrada-lhe a sua maneira de ser?
28. Tem bom sentido de humor?
29. É perfecionista?
30. Irrita-se por ficar na fila?
Pontuação:
Olhe para as perguntas ímpares e anote um ponto por cada “NÃO”:
Olhe para as perguntas pares e anote um ponto por cada “SIM”:
Ignore os “SIM” das ímpares e os “NÃO” das pares. Soma total:
Interpretação:
De o a 7 pontos: Está bem protegido contra o stresse e talvez até precise de alguma pequena alteração para dar chispa à sua vida.
De 8 a 13 pontos: Está num nível médio de stresse. As coisas podem ir numa ou noutra direção e convém-lhe adotar medidas preventivas.
14 pontos ou mais: É um aviso para que examine os seus hábitos de vida, o meio que o rodeia, a sua atitude mental e os seus relacionamentos, e faça planos para os melhorar.
Texto adaptado de Health Power, Healthy by Choice, not by Chance, de Aileen Ludington e Hans Diehl, pp. 224-227, e de Mente Positiva, de Julián Melgosa, pp. 112-117.
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