Como reage quando o seu filho é vítima da publicidade alimentar?
Sabe que há vítimas da publicidade alimentar? E quando o seu filho lhe pede um snack só por gulodice, como reage?
Saiba quais as competências e conhecimentos a ter quando as suas crianças são expostas à publicidade alimentar.
É do conhecimento de todos que no programa escolar, as crianças adquirem conhecimentos sobre alimentação saudável desde o primeiro ciclo de estudos, sendo este conhecimento reforçado e ganho de competências ao longo do ciclo de estudos das crianças e adolescentes.
Na presença do primeiro pedido de compra de um alimento nutricionalmente denso em açucares (glúcidos) e/ou lípidos (gorduras) por porção, o primeiro sentimento relatado é de surpresa de carácter positivo, por o seu educando, ser capaz de pedir, e a forma como o faz, ser graciosa, pela sua simplicidade e conteúdo pautado de alguma imaturidade semântica.
Mas a frequência dos pedidos e apelos à compra de determinados snacks, torna-se numa preocupação e transtorno para as famílias, sendo comum em consultas de dietética e nutrição, educadores e encarregados de educação, nos transmitirem o quanto é difícil e constrangedor negar a aquisição de um determinado snack alimentar de elevada densidade energética.
Muitos destes pedidos e solicitações pelos mais jovens são realizados em espaços ou superfícies comerciais, onde a apresentação destes produtos alimentares é constante e de forma muito apelativa. Por outro lado, as mensagens publicitárias relacionadas com a alimentação, na sua grande maioria, passam pela televisão, apelando de forma criativa às características organoléticas de determinado produto alimentar, uma vez que a mensagem a passar, vai ser percecionada pelos orgãos sensoriais ao grupo populacional a quem se destina, induzindo a adoção de padrões alimentares deficientes em micronutrientes como vitaminas, sais minerais e fibra e densamente energéticos através de lípidos e glúcidos simples.
O excesso de peso associado à publicidade alimentar
Quando se aborda o tema alimentação e exposição à publicidade, de imediato se pensa numa doença crónica bem conhecida, a obesidade, uma vez que os resultados em Portugal são de fato preocupantes, pois mais de metade da população tem excesso de peso, e números ainda mais preocupantes quando se conhece que 30 por cento das crianças apresentam excesso de peso e mais de 10 por cento têm obesidade.
Segundo o Estudo do Padrão Alimentar e Crescimento Infantil (EPACI, 2012), é conhecido que entre os 12 meses e 36 meses de idade, as crianças portuguesas registam um consumo de energia superior às recomendações e o consumo de proteína é mais do dobro do recomendado, particularmente na dependência do elevado consumo de leite.
Sabe-se que a grande maioria de anúncios televisivos a produtos alimentares, são por norma, referentes a alimentos de elevada densidade energética, isto é, ricos em glúcidos de absorção rápida e/ou lípidos face ao valor nutricional por 100g de produto, o que os torna produtos alimentares desequilibrados do ponto vista nutricional.
Na verdade, sabe-se que a publicidade pode desempenhar um papel importante na relação entre excesso de peso e escolhas alimentares menos saudáveis, contudo não tem sido demonstrada, uma relação direta entre a obesidade e publicidade, uma vez que, esta patologia é de causa multifatorial, logo influenciada por múltiplos fatores, desde genéticos a ambientais e, neste último, a discussão de resultados científicos deve incidir.
Investir na investigação é, sem dúvida, um processo crucial, uma vez que devemos conhecer quais os impactos da informação nutricional, presente na rotulagem de produtos alimentares. Se induzem para as escolhas alimentares quer nas faixas etárias jovens, que serão os adultos do amanhã, como nos adultos de hoje, os responsáveis pela aplicação dos conhecimentos adquiridos, bem como, fazer acontecer os conhecimentos dos mais jovens adquiridos em âmbito escolar.
Por outro lado torna-se essencial, trabalhar as técnicas de marketing de produtos alimentares, aplicando os conhecimentos de alimentação saudável, com a vertente na especialidade em dietética e nutrição.
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