Fertilização In Vitro (FIV) – O que é? Como é feita?
O que é a fertilização in vitro, quando se recomenda e como é feita!
Denominada como a técnica do “Bebé Proveta” por ser a mais conhecida das técnicas de reprodução assistida.
“Um percurso para ser mãe com a ajuda da tecnologia”
Quando a mulher se decide a consultar os serviços de reprodução assistida e o médico opta por esta técnica, convém que o casal esteja preparado para as diversas fases do tratamento e também para algum, sofrimento, ansiedade, esperança e, por vezes, desilusão. Assim, nada melhor do que conhecer passo a passo como se processa o tratamento.
1ª Etapa
Nesta primeira etapa, denominada como Estimulação da Ovulação, realiza-se a estimulação dos ovários, através de medicação com hormonas, para que estes possam produzir um número suficiente de óvulos, para que posteriormente se possa fazer uma seleção de embriões de qualidade.
Esta etapa é muito importante pois dela depende o sucesso das outras etapas do processo. Muito embora existam vários protocolos de estimulação, a maioria das instituições utiliza protocolos semelhantes.
A estimulação dos ovários pode realizar-se em 2 fases.
Fase de bloqueio
Como é imprescindível que o especialista tenha um controlo total do ciclo menstrual em qualquer fase do tratamento, além de fazer com que todos os folículos cresçam, o especialista utilizará um tratamento que bloqueará a ação da hipófise sobre o ciclo menstrual. Desta forma o tratamento poderá iniciar-se em qualquer fase do ciclo menstrual.
Fase de estimulação
Durante esta etapa a mulher será sujeita a uma medicação que vai atuar sobre os ovários e provocar a formação de óvulos maduros que posteriormente serão aspirados.
2ª Etapa – A recolha dos óvulos
A recolha dos óvulos far-se-á quando pelo menos dois folículos atingirem um diâmetro maior ou igual a 18-20 mm. Nesta altura o especialista administrá uma nova medicação – gonadotrofina coriónica humana – e depois de 34 a 36 horas fará a recolha dos óvulos.
A recolha dos espermatozóides
A recolha dos espermatozóides é feita com o sémen adquirido através de masturbação no dia da aspiração dos óvulos. O sémen é de imediato enviado ao laboratório de embriologia para que seja preparado para ICSI.
Os espermatozóides serão selecionados após a verificação de que possuem morfologia e motilidade normais. Quando os espermatozóides não possuírem as características necessárias para a inseminação, ter-se-á de recorrer a outras técnicas para a obtenção de espermatozóides.
“O acompanhamento psicológico do casal pode ajudar a que todo o processo seja suportado pelo casal de forma mais fácil”
3ª Etapa – Microinjeção intracitoplasmática
A fecundação dos ovócitos pode ser realizado por FIV (fecundação In vitro em que são os espermatozóides que em contacto direto com os ovócitos, num meio de cultura, realizam a fecundação.
Em caso de ser necessário a fecundação será tecnicamente mais sofisticada mediante a UCSI ou intracitoplasmatic sperm injection. Passamos a descrever esta técnica:
Após a seleção será seleccionado um único espermatozóide.
O espermatozóide será aspirado pela cauda para dentro do catéter de injeção. Após a introdução do catéter dentro do citoplasma do óvulo, o espermatozóide é depositado e libertado no gameta feminino.
O cateter de injeção é retirado do interior do óvulo, sob observação atenta do especialista. Após a injeção, os óvulos são lavados e colocados juntos num recipiente coberto com óleo mineral. Os óvulos que foram lavados serão armazenados numa incubadora até confirmação da fertilização.
4ª Etapa – Fecundação
Cerca de dezoito horas após a micro-injeção o especialista verifica a fertilização. Quando a fertilização não se consegue confirmar, é feita nova avaliação passadas quatro horas. Quando existe anomalia no embrião, este será de imediato descartado.
Quando se confirma a fertilização, os ovócitos fertilizados são lavados e colocados dois a dois em placas. As placas colocam-se numa incubadora durante cerca de 72 horas após a micro-injeção. A transferência deverá ser realizada após as 72 horas, ou seja, três dias após a micro-injeção.
5ª Etapa – Transferência
Após a seleção realizada pelo embriologista de quais os embriões a transferir para o útero, estes serão aspirados para um catéter de de transferência que acopulado a uma seringa de insulina serão colocados no endométrio.
Após umas horas de repouso a paciente poderá voltar a casa com a recomendação de permanecer em repouso durante as 24 horas que precedem o tratamento.
Neste período deve evitar movimentos violentos ou poderá ficar impedida de regressar a casa se disso depender uma longa viagem. Passadas as 24 horas, a mulher poderá retomar a sua vida normal.
6ª Etapa – Fase Lútea
Após a implantação dos embriões a mulher pode ser sujeita a um tratamento hormonal que para além de auxiliar a implantação, estimula a secreção de nutrientes para nutrir o embrião. A progesterona pode ser administrada sob a forma de supositórios vaginais.
7ª Etapa – Gravidez
12 dias após a transferência dos embriões, é realizada a dosagem de beta –HCG(hormona gonadotrofina coriónica) no sangue.
Se se obtém um valor superior a 30 UI/ml está confirmada a gravidez. Cerca de quinze dias após esta avaliação o especialista realizará o primeiro exame de ultra-som para verificar e avaliar a gravidez e o desenvolvimento do embrião.
É ainda confirmada a gravidez única ou gemelar. A partir desta altura a gravidez será seguida atentamente pelo especialista até ao parto.
Considerações
Muito embora à partida e assim esquematizado esta técnica possa parecer simples, nem sempre a gravidez é conseguida na primeira tentativa.
Durante todo o período em que a futura mamã inicia os primeiros tratamentos até ao momento em que o especialista confirma a gravidez, podem decorrer alguns precalços.
Assim, o acompanhamento psicológico do casal pode ajudar a que todo o processo seja suportado pelo casal de forma mais fácil.
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