A fitoterapia ou medicação com plantas não é propriamente um conceito recente.
Existe em todo o mundo e é das mais antigas práticas medicinais da humanidade. Desde há muito que sabemos que é possível encontrar elementos na natureza que têm influência na nossa saúde. E que essa influência pode ser bastante positiva se se souber o que procurar e o que fazer.
Embora não seja tão conhecida quanto a acupunctura, a fitoterapia é a principal disciplina da medicina tradicional chinesa. Antónia Mendes é especialista de medicina tradicional chinesa e explica-nos, em jeito de resumo, que o objetivo da fitoterapia passa por estudar a utilidade terapêutica das plantas. A Ocidente, “[a acupunctura] acabou por ser o cartão de visita da medicina chinesa. No entanto as decocções com plantas e minerais são a mais importante ferramenta da medicina tradicional chinesa”.
Estas decocções são a ação de ferver plantas num líquido, a fim de lhes extrair os princípios ativos. São também o que define a fitoterapia, embora esta prática não seja exclusiva desta terapia complementar ou da China. Na verdade, trata-se de uma prática que podemos considerar ancestral e podemos até recordar que a própria ciência farmacológica faz uso de alguns princípios ativos de plantas, na conceção de medicamentos.
Antónia Mendes recorda-nos inclusive que “no Paleolítico, conforme estudos antropológicos, paleontológicos e arqueológicos, já se usavam plantas para o tratamento de doenças”. E que na natureza “não encontramos animais que comam ervas venenosas por engano. E quando precisam até comem ervas purgativas, por exemplo”. O que quer dizer que o potencial de princípios ativos de determinadas plantas continua a ser tema de interesse para a ciência e para a humanidade em geral.
O uso da fitoterapia é muito posterior às primeiras recolhas de plantas. No entanto, “o empirismo terá jogado um papel importantíssimo aqui”, explica-nos a fitoterapeuta. Foi a Oriente, em particular na atual China e Índia, que “se começaram a sistematizar fórmulas fixas de plantas”. De então para cá este conhecimento empírico acumulado tem permitido que a fitoterapia possa tomar a sua parte na saúde dos pacientes que a procuram.
Antónia Mendes explica-nos que no seio da medicina tradicional chinesa a fitoterapia é usada em simultâneo com outras técnicas como a acupunctura, a massagem, ou a moxa. Esta combinação permite que “o seu efeito se potencie e ganhe eficácia”. Apesar de tudo há situações em que pode ser usada individualmente. No seu caso em particular, a especialista adianta que por vezes aplica-a individualmente “com crianças, quando tenho pacientes longe ou com pessoas que por uma razão ou outra não podem vir a tratamentos regularmente”.
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