Quais as causas de pedra na vesícula biliar
Muitas vezes não temos esse cuidado, mas a verdade é que prestar atenção a tudo que ocorre em nosso corpo é uma boa maneira de percebermos que algo não está bem, por exemplo, se sentir fortes dores abdominais, isso pode ser um sintoma de pedra na vesícula.
As pedras na vesícula, também chamadas de cálculos biliares surge dentro da vesícula biliar, órgão que se localiza no lobo inferior direito do fígado onde a bile é concentrada e lançada por meio do hormônio intestinal.
Os cálculos biliares podem surgir com base em três situações envolvendo a bile ou bilis, que é um líquido produzido no fígado e armazenado na vesícula biliar que é responsável por auxiliar no processo de digestão da gordura:
- Bile com muito colesterol: o excesso de colesterol na bile não consegue ser eliminado, levando à formação de pedras;
- Bile com muita bilirrubina: acontece quando há problemas no fígado ou no sangue, levando à produção elevada de bilirrubina;
- Bile concentrada: acontece quando a vesícula biliar não consegue eliminar seu conteúdo, o que torna a bile muito concentrada e favorece a formação de pedras na vesícula.
A bile é fundamental para a digestão dos alimentos, ela é produzida no fígado e constituída por uma mistura de várias substâncias, entre elas o colesterol, que se destaca por ser o responsável por cerca de 75% dos casos de formação das pedras na vesícula.
Os cálculos biliares podem sem quase inofensivos nos casos de as pedras serem tão pequenas que ficam dentro da vesícula e não causam problemas, até acontece muitas vezes que elas são eliminada do organismo através das fezes.
As pedras na vesícula causam dores muito fortes nas pessoas acometidas quando elas crescem e adquirem dimensões consideráveis e bloqueiam a saída da bile, quando isso ocorre, elas precisam ser retiradas através de uma cirurgia, na qual a vesícula do paciente é extirpada.
Afinal o que causa pedra na vesícula?
São diversas as causas que podem alterar a composição da bile e com isso favorecer a formação das pedras na vesícula, sendo estes os principais:
- Predisposição genética;
- Aumento do nível de estrogénio, o que explica as pedras se formarem mais na vesícula das mulheres;
- Uso de anticoncepcionais por longo tempo;
- Fumo;
- Pressão alta (Hipertensão)
- Obesidade;
- Diabetes;
- Vida sedentária que é a principal causa do aumento do LDL (colesterol mau);
- Dieta rica em carboidratos e gorduras e pobre em fibras.
O processo de concentração da bile na vesícula ocorre por forma a torná-la mais espessa, contudo, sem que a mesma se solidifique totalmente. Então as “malditas” pedras na vesícula, também chamadas de colelitíase ou cálculo biliar, vão surgir quando exista um desequilíbrio abrupto entre a quantidade de água e as substâncias presentes na bile, que não vai permitir uma concentração correta.
A pedra na vesícula então surge quando a quantidade de água retirada da vesícula biliar for em excesso ou quando quantidade de substâncias presentes na bile, como colesterol e pigmentos, estiver em quantidades exageradas, tornando-a saturada e solidificando.
Antes da bile solidificar vai passar por uma fase designada de lama biliar, é uma fase em que fica gelatinosa, muito espessa. Porém, normalmente a lama biliar não causa qualquer sintoma ao paciente e acaba por ser eliminada pela vesícula. O problema da lama biliar é que esta é considerada um grande fator de risco para formação das pedras biliares, principalmente as que tem origem por causa do colesterol. Uma pessoa que tenha lama está a apenas um passo de formar pedras na vesícula.
Fatores de risco para a lama biliar e pedras na vesícula:
- A Idade: não é um problema de saúde comum em pessoas jovens, o risco de se desenvolver cálculo na vesícula aumenta muito a partir dos 40 anos de idade.
- Género: é um fato provado que a pedra na vesícula é cerca de três vezes mais frequente nas mulheres, provavelmente como resultado da ação do estrogênio sobre a bile. Após a menopausa, o risco de desenvolver pedras na vesícula desce bastante, ficando similar ao dos homens.
- Gravidez: o excesso de estrogênio durante a gestação aumenta a saturação da bile.
- Reposição hormonal: outro mecanismo em que o estrogênio está envolvido.
- Obesidade: é o principal fator de risco em jovens, principalmente do sexo feminino.
- História familiar positiva: ter parentes de 1º grau com história de pedras na vesícula aumenta em 2x o risco.
- Rápida perda de peso: grandes perdas de peso em pouco tempo ou dietas com muito baixa caloria também são fatores de risco e estão associados ao surgimento de lama biliar.
- Diabetes.
- Cirrose.
- Jejum prolongado: quanto maior o tempo da bile na vesícula, mais desidratada ela fica e maior o risco de formação de pedras. Jejum prolongado também pode causar lama biliar.
- Medicamentos: Ceftriaxona, anticoncepcionais e fibratos são drogas que aumentam o risco de formação de pedras na vesícula.
- Sedentarismo.
- Doença de Crohn.
- Anemia falciforme.
Sintomas de pedras na vesícula
Algumas pessoas que tem pedras na vesícula por elas serem muito pequenas não denotam sintomas, mas as pedras grandes que entopem a saída da bile provocam uma dor muito forte do lado direito superior do abdômen que se espalha para o tórax e as costelas.
Geralmente essa dor surge aproximadamente meia hora a uma hora após uma refeição, ela fica muito forte, mas depois diminui. Isso ocorre porque uma pedra grande pode impedir a drenagem do restante da bile e quando a pessoa se alimenta, o estômago e o duodeno enviam sinais à vesícula avisando que está a ser processada comida, fazendo com que a ela se contraia. Nesse momento é que se agrava o problema, porque com a saída obstruída, a contração acaba por produzir uma grande pressão dentro da vesícula, levando à típica dor de cólica biliar. A cólica biliar é, por isso, uma dor que é muitas vezes associada à alimentação pela pessoa que desconhece o problema.
Deve ser tomado em conta que quanto mais gordurosa for a alimentação da pessoa nas suas refeições, maior é será o estímulo para dado para a contração da vesícula e, consequentemente, mais forte será a dor.
A dor causada pela presença de pedras na vesícula pode vir acompanhada de vômitos, náuseas e febre.
Quando obstruída a vesícula acaba por ser mais susceptível a infecções e inflamações. Bactérias naturais dos intestinos, como E.coli, Enterococo, Klebsiella e Enterobacter, podem vir a infectar a bile que fica estagnada dentro da vesícula que se encontra obstruída, causando ao paciente um quadro de colecistite infecciosa. Se isso acontecer a dor da cólica que costuma ser temporária torna-se permanente e deve procurar ajuda médica de imediato.
Como é feito o diagnóstico da pedra na vesícula.
O diagnóstico da pedra na vesícula é feito através de uma combinação de história clínica, exame físico e exames complementares. A pedra na vesícula é também conhecida como colelitíase, e é caracterizada pela formação de cálculos (pedras) dentro da vesícula biliar. Os cálculos podem ser pequenos e assintomáticos ou grandes o suficiente para causar sintomas significativos. Veja a seguir os principais passos para o diagnóstico da pedra na vesícula:
- História Clínica: O médico começará por fazer perguntas sobre os sintomas do paciente, como dor abdominal, náuseas, vômitos e mudanças nos hábitos intestinais. Também serão investigados fatores de risco, como histórico pessoal ou familiar de colelitíase, idade, obesidade, dieta rica em gorduras e outros problemas de saúde, como diabetes.
- Exame Físico: O médico realizará um exame físico para verificar a presença de dor abdominal, sensibilidade na região do abdômen superior direito (onde fica localizada a vesícula biliar) e outras possíveis manifestações relacionadas à pedra na vesícula.
- Exames Laboratoriais: Os exames de sangue podem ser solicitados para verificar a função hepática e pancreática, bem como a presença de inflamação (por exemplo, por meio da dosagem de enzimas hepáticas e da amilase).
- Ultrassonografia Abdominal: A ultrassonografia é o exame mais utilizado para diagnosticar a presença de pedras na vesícula biliar. Esse exame de imagem é seguro, não invasivo e pode mostrar claramente a presença de cálculos na vesícula, além de identificar possíveis complicações, como inflamação ou obstrução do ducto biliar.
- Outros Exames de Imagem: Em alguns casos, outros exames de imagem, como a colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) ou a colangiografia por ressonância magnética (CRM), podem ser utilizados para obter informações mais detalhadas sobre a vesícula biliar e as vias biliares.
É importante ressaltar que o diagnóstico da pedra na vesícula é essencial para determinar o tratamento adequado. Muitas pessoas podem ter cálculos na vesícula sem apresentar sintomas, e nesses casos, o tratamento pode não ser necessário. No entanto, se os cálculos causarem sintomas significativos ou levarem a complicações, como a colecistite (inflamação da vesícula), pode ser necessário realizar uma cirurgia para remover a vesícula biliar (colecistectomia).
Tratamentos para pedras na vesícula
Começar pela alimentação é algo inteligente, visto que as refeições para pessoas que com pedras na vesícula deve ser composta por alimentos que evitem ao máximo o aumento do colesterol, por ser este uma das principais causas da formação de pedras na vesícula, assim sendo, a alimentação da pessoa deve ser rica em fibras e pobre em gorduras.
Caso o paciente apresente sintomas de pedra na vesícula, mesmo que apenas cólicas biliares, a cirurgia é indicada. O tratamento mais comum nos casos mais graves é a colecistectomia, que consiste na remoção cirúrgica da vesícula. A colecistectomia poderá ser efetuada como uma cirurgia tradicional ou por laparoscopia. Sendo que na atualidade a cirurgia laparoscópica é a mais utilizada.
Apesar da vesícula ser um órgão importante no organismo humano, a verdade é que não é um órgão vital. Grande parte dos pacientes sem vesícula vive sem grandes transtornos. Contudo os principais sintomas que aparecem depois de retirada a vesícula costumam ser o aumento dos gases e tendencialmente fezes mais amolecidas, principalmente depois da ingestão de alimentos gordurosos.
Nas pessoas acometidas por pedras constituídas pelo excesso de colesterol e sem evidências de complicações, há a opção pelo tratamento com medicamentos. Há uma substância denominada de ácido ursodeoxicólico, ou ursodiol, que dissolve este tipo de cálculo. Com o uso da tomografia computadorizada costuma ser possível avaliar a composição das pedras e constatar se o tratamento com medicação é ou não indicado para cada situação.
A ingestão de 2 litros de água por dia e o cuidado com a alimentação servem de prevenção para evitar pedra na vesícula.
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