Problemas de saúde causados pelas hormonas
5 razões para acusar as hormonas dos problemas de saúde
Uma sensação de desânimo que surge nas fases principais da vida!
Sabia que o sentir-se desmoralizada nem sempre é consequência de um choque afectivo ou de uma depressão? As circunstâncias ou a presença de outros sintomas ajudam o médico a efectuar o diagnóstico.
Após uma gravidez
Nos dias ou semanas a seguir ao parto, algumas mulheres sofrem do chamado baby blues. Esta depressão passageira pode ter várias causas.
Mas a queda brutal das hormonas após a eliminação da placenta não lhe é alheia. As jovens mães que se sentem mal e choram durante vá-rios dias devem falar nisso ao médico. Basta, muitas vezes, um bom ouvido para ultrapassar esta fase. O recurso a antidepressivos raramente é necessário.
Na menopausa
A diminuição das hormonas sexuais devida ao afrouxamento da actividade ovárica tem, frequentemente, repercussões psicológicas, tais como períodos depressivos, de irritabilidade ou de ansiedade. Por razões diversas (cultura, sensibilidade às hormonas…), algumas mulheres acusam-no mais do que outras. Mas as que seguem um tratamento hormonal tem normalmente melhor disposição, apesar de esta acção nunca ter sido cientificamente demonstrada. Quando estas perturbações são acompanhadas de ideias negativas, é melhor falar com um médico, porque uma verdadeira depressão pode declarar-se nesse momento. Impõe-se um tratamento que inclua psicoterapia e/ou antidepressivos.
Devido a desregulação da tiróide
Quando uma pessoa se defronta com problemas familiares ou profissionais, o desânimo facilmente se confunde com uma depressão passageira. A prolongar-se, pode mesmo vir a assumir-se como uma verdadeira depressão.
Ora, uma insuficiência de hormonas tiroideias pode manifestar-se exactamente do mesmo modo. Eis como muitas pessoas que sofrem de hipotiroidismo se encontram muitas vezes sob tratamento antidepressivo. É preciso dizer que o diagnóstico do hipotiroidismo é difícil no princípio, porque os sintomas são pouco específicos. Os sintomas característicos aparecem mais tarde: cansaço, prisão de ventre, aumento de peso. Por isso os médicos não hesitam em efectuar um doseamento hormonal em caso de dúvida. Se a insuficiência hormonal for confirmada, o tratamento consiste em tomar estas hormonas em comprimidos, o mais frequentemente até ao fim da vida.
O desaparecimento da menstruação devido a problemas físicos ou psicológicos:
Uma mulher que constate o desaparecimento do período (amenorreia) fora da gravidez ou da menopausa deve consultar um médico. Pode, com efeito, tratar-se de um desequilíbrio hormonal cuja causa se encontre no cérebro ou nos ovários. Produz-se num certo número de circunstâncias particulares.
Na altura de uma variação de peso importante
Um emagrecimento brutal ou um aumento de peso consequente podem conduzir a uma interrupção da menstruação. O verdadeiro responsável encontra-se no cérebro, ao nível do hipotálamo. Este último comporta, com efeito, o centro que controla os ciclos menstruais e o que assegura a regulação do peso. A solução para voltar a ser menstruada? Regressar ao peso habitual.
Após um choque emocional
O falecimento de um ente querido, um divórcio, graves problemas pessoais ou financeiros podem provocar uma paragem repentina da menstruação. Sem ir tão longe, não é raro constatar um atraso nas jovens que saem de casa pela primeira vez (por exemplo, para frequentar um curso de línguas). Qual a origem desse bloqueio? Ainda aqui, o responsável é o hipotálamo, visto que esta pequena estrutura cerebral é particularmente sensível às nossas emoções. Em caso de perturbações, pode bloquear o funcionamento da hipófise à qual está ligado. Não ter menstruação durante alguns meses não representa perigo para a saúde. Voltará logo que o problema psicológico tenha desaparecido.
Quando há escoamento de leite pelos mamilos
Quando a ausência do período é acompanhada por escoamento de leite pelos mamilos, um aumento da prolactina, a hormona da lactação, será frequentemente a responsável. Este desequilíbrio pode ocorrer após a administração de alguns medicamentos ou por causa de um pequeno tumor da hipófise. Para o descobrir, o médico pede uma radiografia da base do crónio ou mesmo um TAC. Tratado rapidamente com um medicamento que bloqueia a prolactina, o tumor pode desaparecer. Caso contrário, é necessária uma intervenção neurocirúrgica.
Aquando da paragem da pílula
Contrariamente ao que se pensa, a pílula não torna a mulher estéril e não perturba a menstruação; o ciclo restabelece-se logo após a cessação da contracepção. No entanto, o regresso à normalidade requer por vezes um pouco de tempo visto que, em algumas mulheres, a hipófise não recebe imediatamente a ordem de pôr novamente os ovários em funcionamento. Não entre em pânico: é preciso esperar tendo em conta que este fenómeno é mais frequente nas mulheres que tinham anteriormente ciclos irregulares.
Durante vários meses antes dos 40 anos
Se o período desaparecer durante vários meses sem razão aparente numa mulher com menos de 40 anos, será lógico pensar-se numa menopausa precoce. Sobretudo se a mulher se queixar de afrontamentos. Para o confirmar, o médico recorre a um doseamento das hormonas hipofisárias responsáveis pela estimulação dos ovários (FSH e LH): os seus níveis elevados representarão os esforços inúteis da hipófise para relançar os ovários. As causas destas menopausas precoces nem sempre são evidentes. Quando é possível, o médico aconselha um tratamento hormonal de substituição.
Aumento de peso que resiste mesmo aos regimes mais rigorosos
É preciso deixar de pensar que uns quilos a mais se explicam unicamente por um problema alimentar e que um regime draconiano representa sempre a única solução. A atitude mais correcta? Pesquisar os factores que possam ter desencadeado este aumento de peso, sabendo que, na mulher, as hormonas estão frequentemente incriminadas.
O excesso de estrogénios
Na puberdade: a taxa de estrogénios aumenta progressivamente para assegurar o desenvolvimento dos seios, a modificação dos órgãos genitais e o aparecimento da menstruação. Esta verdadeira “inundação estrogénica” é responsável pelo aumento de peso observado durante este período. E se as jovens vêem as suas nádegas e coxas ficarem mais cheias nesta idade, é porque os estrogénios, auxiliados pela hormona do crescimento e pela insulina, distribuem as gorduras pela parte inferior do corpo, dando à silhueta o seu aspecto tipicamente feminino. Se o aumento de peso ultrapassar sete a oito quilos è necessário rectificar eventuais erros alimentares: ausência de pequeno-almoço, petiscos constantes, excesso de alimentos ricos em açúcar, tais como bolos, etc. Mas não deve pensar-se em tratamento hormonal. Alguns quilos desaparecerão rapidamente, mais tarde, quando a secreção estrogénica adoptar a sua dimensão normal.
Antes da menstruação: barriga inchada, cintura mais volumosa, inchaço dos tornozelos e dos dedos, quilos a mais… são bem conhecidos estes problemas que aparecem alguns dias antes do período. Parece estarem ligados a flutuações hormonais, tendo por origem um desequilíbrio momentâneo entre os estrogénios e a progesterona. Duas são as possibilidades: ou os primeiros são produzidos em excesso, ou a segunda é insuficiente, deixando os estrogénios dominar a situação. Resultado: um aumento da permeabilidade dos capilares, conduzindo a uma distribuição diferente da água no interior do corpo, o que explica, sem dúvida, os inchaços e os aumentos de peso constatados. Para limitar estes “estragos”, evite os pratos demasiado salgados, não se precipite sobre os alimentos açucarados e pratique uma actividade física regular.
Durante ou após a administração da pílula: as mulheres que tomam a pílula queixam-se com frequência de aumentar um a dois quilos de peso.
Mas umas engordam mais do que outras. Nesse caso, devem consultar novamente o médico de clínica geral ou o ginecologista, porque uma pílula diferente poderá ser melhor suportada. Os contraceptivos orais diferem não só consoante a quantidade de hormonas que contém mas, também, segundo a sua proporção – algumas pílulas favorecem o chamado “clima” estrogénico, outras o “clima” progestativo.
Por vezes, é no momento da paragem da pílula que os quilos se acumulam. Isso acontece normalmente em mulheres que têm ciclos irregulares acompanhados de um pequeno excesso de estrogénios. Sob o efeito da pílula, tudo corria bem, porque os ciclos eram artificiais. Neste caso, o médico pode receitar um tratamento hormonal para regularizar o ciclo e ajudar, assim, a mulher a “voltar ao normal”.
Com o aproximar da menopausa: os quilos instalam-se frequentemente neste período da vida, mesmo que a mulher não coma mais do que antes e também são mais difíceis de eliminar. Mecanismo provável: o abrandamento do funcionamento ovárico desencadeia um aumento das hormonas hipofisórias que estimulam os ovários, relançando, assim, a produção dos estrogénios. Um tratamento à base de hormonas progestativas, a tomar dez dias por mês, pode restabelecer o equilíbrio e limitar estas perturbações. É também muito importante não diminuir a actividade física. Quanto ao tratamento hormonal da menopausa, não deve fazer engordar. Se, apesar de tudo, isso acontecer, é necessário consultar novamente o médico para verificar se as doses prescritas não são demasiado elevadas.
Uma insuficiência tiroideia
O hipotiroidismo leva a um aumento de peso assaz característico. Traduz-se numa espécie de infiltração do corpo que dá um aspecto bochechudo ao rosto após vários meses de evolução. No princípio, o papel da tiróide não é fácil de reconhecer. Em seguida, outros sinais podem chamar a atenção: a pessoa engorda mesmo que coma menos; queixa-se de cansaço e parece “mais lenta”. Na realidade, é todo o organismo que funciona mais lentamente. Este problema pode ter as causas mais diversas: inflamação (tiroidite); bócio; doença auto-imune com produção de anticorpos antitiroideos; atrofia progressiva da glândula. Traduz-se por um aumento da hormona hipofisória que estimula a tiróide (TSH), o que representa o esforço do organismo para voltar a lançar a produção hormonal. O doseamento da TSH permite, pois, confirmar o diagnóstico.
O médico prescreve hormonas tiroideias em comprimidos para “fazer arrancar novamente a máquina” e eliminar os quilos a mais. No entanto, convém não concluir precipitadamente que as hormonas tiroideias fazem emagrecer à vontade: numa pessoa que não sofra de insuficiência tiroideia, estas não fazem nem emagrecer nem engordar. Em contrapartida, podem provocar problemas cardíacos.
Um funcionamento anormal da insulina
Muita insulina: as pessoas que têm problemas de peso há muito tempo já se deram conta de que quanto mais os quilos se acumulam tanto mais os desvios alimentares fazem engordar. Algumas pessoas fortes dizem mesmo que lhes basta comer um bolo para engordar um quilo! Parece difícil de acreditar, mas, é possível. Este fenómeno explica-se por uma desregulação hormonal.
Com efeito, quando se aumenta dez quilos de peso não se faz a digestão da mesma forma: é necessário segregar mais insulina (hormona do pâncreas que faz diminuir a taxa de açúcar no sangue) para assimilar o mesmo bolo. Resultado: o organismo produz gorduras e armazena-as. Esta estimulação excessiva é também responsável por hipoglicemias (diminuição da taxa de açúcar no sangue), que induzem a comer de novo alimentos açucarados, o que faz engordar mais. A única forma de quebrar este ciclo vicioso é emagrecer.
Para isso, impõem-se medidas higieno-dietéticas: fazer um mínimo de exercício físico; favorecer os açúcares lentos (massa, arroz, sabendo que a aveia é aconselhada de manhã porque é o cereal mais lentamente assimilado); evitar os alimentos que produzem açúcares rápidos e lipídios (pão com manteiga), uma mistura que aumenta a produção de insulina e “garante”, a estas pessoas, a “fome canina” das 11 horas. Evitar ainda: o excesso de álcool, café e chá, que surtem o mesmo efeito. No que se refere aos medicamentos, podem propor-se os produtos da classe das biguanidinas, que lutam contra a resistência à hormona.
Ainda mais insulina: não é raro descobrir-se uma diabetes quando se procura a origem de um aumento de peso. Este tipo de diabetes, que se declara, geralmente, após os 40 anos, sucede não raro a um período de secreção excessiva de insulina. Porque a pessoa, neste caso, é geneticamente predisposta nesse sentido, o seu organismo torna-se pouco a pouco resistente à hormona: a taxa de açúcar no sangue aumenta e a diabetes aparece. é, então, indispensável perder peso e seguir um tratamento antidiabótico para evitar as graves complicações desta doença.
Pilosidade abundante ligada a um excesso de hormonas masculinas
Há muitas mulheres que se queixam de ter uma pilosidade abundante. é preciso analisar os androgénios, pois os pelos dependem das hormonas masculinas que as mulheres também segregam.
Na puberdade
A pilosidade desenvolve-se na puberdade, logo que os ovários começam a produzir androgénios. Pode acentuar-se por causa de uma resposta exagerada dos folículos pilosos às hormonas masculinas ou de uma produção excessiva destas pelos ovários. No primeiro caso, que diz respeito sobretudo às mulheres do tipo mediterrâneo, os doseamentos hormonais são normais. As depilações regulares são a única solução. No segundo caso, esta pilosidade está geralmente associada a sinais de desequilíbrio hormonal.
Associada às perturbações da menstruação
Por razões pouco conhecidas, por vezes, psicológicas, pode acontecer que os ovários deixem de ser correctamente estimulados pelo cérebro. Como consequência, aparece um intervalo maior na menstruação e uma deficiente ovulação. Depois, como os óvulos não atingem a maturação, formam-se vários quistoso que provoca um espessamento da parede dos ovários, local natural da secreção dos androgénios. Eis porque estas mulheres, muitas vezes jovens, vêem os seus pelos crescer de uma forma mais ou menos exagerada.
O tratamento desta frequente afecção passa por várias etapas: um bloqueio dos ovários durante seis meses a um ano, seguido de um regime associado a medicamentos da classe das biguanidinas, que facilitam a perda de peso. Esta terapia condiciona efectivamente o restabelecimento dos ovários e a paragem do crescimento excessivo dos pelos. é necessário saber, porém, que a pilosidade existente não desaparecerá sob o efeito do tratamento, e que este impedirá, única mas definitivamente, o crescimento excessivo de futuros pelos.
Durante um tratamento hormonal
Uma pilosidade anormal (buço, patilhas, seios) associada a sinais de virilismo (voz grossa…) pode ser o resultado de um tratamento mal doseado.
As hormonas masculinas, mesmo em pequena quantidade, e alguns progestativos prescritos para a pré-menopausa podem, com efeito, causar virilismo nas mulheres predispostas. Nesse caso, é necessário falar com o seu médico.
Queda de cabelo frequente na menopausa:
É difícil saber quando a queda do cabelo é anormal e se é forçoso acusar as hormonasde tal facto.
Acompanhada de sinais de virilismo
A diminuição dos estrogénios na menopausa é acompanhada por uma rarefacção do cabelo de intensidade muito variável de mulher para mulher.
Em alguns casos o tratamento hormonal revela-se insuficiente. É preciso então recorrer a curas de vitaminas ou a aplicações regulares de loções que controlam a seborreia. Se, para além disso, existirem sinais de virilismo, impõe-se uma consulta médica. Num pequeno número de casos, um tumor do ovário ou da glândula supra-renal, segregando demasiadas hormonas masculinas, poderá ser a causa. Será necessário, então, retirá-lo rapidamente.
Uma diminuição dos estrogénios
Se for importante, mais vale estimular o crescimento do cabelo com um tratamento à base de vitaminas, mais eficaz em injecções intra-musculares ou intravenosas.
Uma deficiência das hormonas tiroideias
Um abrandamento funcional da tiróide conduz a uma queda de cabelo, que se torna seco e quebradiço. Outros sinais, mais precoces, tais como cansaço, enfraquecimento geral, prisão de ventre evocam o diagnóstico, que será confirmado por um doseamento hormonal. A administração de hormonas tiroideias, geralmente para toda a vida, elimina os sintomas.
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