Reforçar o sistema imunitário e aumentar a proteção do organismo
Reforçar o sistema imunitário é uma atitude importante para aumentar a proteção do organismo.
É a nossa barreira natural de proteção do organismo mas o que fazemos no dia-a-dia pode contribuir para a sua eficácia.
Porque é que é tão importante o nosso sistema imunitário e o que é que podemos fazer para o ajudar a defender-nos?
O sistema imunitário é a nossa grande defesa contra as ameaças externas ao nosso organismo Quando falamos em sistema imunitário, falamos de todos os mecanismos que nos protegem de invasões ao nosso organismo, seja algo tão visível e palpável como a pele, sejam as nossas células, cujo trabalho silencioso define muitas vezes define a capacidade de resposta do nosso corpo a uma determinada agressão externa.
A verdade é que é o bom funcionamento do sistema imunitário determina, geralmente, se uma pessoa está saudável e enérgica, ou se pelo contrário é mais propensa a adoecer e a sentir-se debilitada. Felizmente, são várias as estratégias que podemos adotar para reforçar a nossa capacidade de resposta contra agentes infeciosos.
Importância da vacinação habitual!
Uma das características mais importantes do sistema imunitário é a capacidade de reconhecimento do próprio frente ao estranho. A vacinação habitual é uma das estratégias mais frequentes a adotar e o que ela faz é precisamente aproveitar esta capacidade natural de reconhecimento.
Dizer “é para o teu bem!” a uma criança que esteja intimidada com as vacinas pode ser uma explicação pouco satisfatória para a criança. Mas a verdade é que a vacinação permite “dar ao nosso organismo um conhecimento prévio de determinados agentes”, explica-nos Manuel Branco Ferreira, imunoalergologista.
Desta maneira o nosso organismo tem oportunidade de conhecer e aprender a reagir. O que no futuro o tornará mais apto a responder rápida e eficazmente a um vírus, como por exemplo uma gripe.
Não é por acaso que certas vacinas fazem parte do nosso plano nacional de vacinação. Não se trata propriamente de fazer desaparecer da face da terra um determinado vírus. Trata-se, isso sim, de garantir que conseguimos responder-lhe de forma adequada quando o vírus chegar até nós. E a verdade é que há certos vírus que por serem bastante comuns, mais dia, menos dia acabam também por nos atacar.
Quer isto dizer que se tivermos uma gripe é sinal de que o nosso sistema imunitário é débil?
Não necessariamente. Duas crianças podem contrair exatamente o mesmo vírus. Mas o caso típico da “criança que todos os meses tem uma infeção respiratória” pode servir de um bom exemplo de um caso em que as defesas do sistema imunitário poderiam ser claramente melhores.
Felizmente, além da vacinação há muitas outras estratégias que podemos adotar. E boa parte delas fazem parte de uma categoria que muito nos diz respeito: os nossos hábitos.
O imunoalergologista explica-nos que o “exercício físico moderado aumenta a atividade de várias das nossas células imunitárias, constituindo uma boa estratégia de fortalecimento do sistema imunitário“. Convém, ainda assim, ter cuidado com certos excessos, já que exercício físico particularmente intenso pode na verdade debilitar o nosso organismo. É o que acontece, por exemplo, com maratonistas, “que após as provas têm um número maior de infeções respiratórias“, diz-nos.
A par do exercício físico podemos também falar na nossa alimentação. Manuel Branco Ferreira explica-nos que há bastante debate relativamente aos efeitos benéficos para o sistema imunitário e na subsequente redução de infeções que certos “tipos de alimentos, vitaminas ou antioxidantes” poderão ter. Apesar de tudo há aqui um elemento que não gera debate: a obesidade, já que “nos indivíduos obesos existem determinadas substâncias que promovem uma menor resposta imunitária”.
Outro fator de risco para o nosso sistema é já um “velho conhecido” de todos nós: o tabagismo. Entre os diferentes efeitos nocivos que o tabaco pode ter, um deles é precisamente o efeito lesivo para as vias aéreas (e respetivas defesas), que fazem com que as infeções se “arrastem” e se tornem mais difíceis de debelar.
Como já vimos anteriormente, uma resposta mais lenta do nosso organismo pode ser sinal de que as nossas defesas estão em baixo.
Mas além da vacinação e dos hábitos saudáveis, que mais podemos fazer?
Manuel Branco Ferreira alerta que é possível reduzir o número de antibióticos administrados: “nos nossos dias é frequente haver um excesso de prescrição de antibióticos, muitas vezes para situações banais que se tenderiam a resolver por si sós”. Este excesso, que de certa maneira se tem naturalizado na nossa cultura, acarreta riscos.
É que a utilização de antibióticos “altera de forma dramática a nossa normal flora microbiana intestinal, reduzindo-a significativamente e diminuindo essa fonte de estimulação permanente do nosso sistema imunitário, o que a médio-longo prazo conduz a uma diminuição das nossas defesas”.
Não se pense, porém, que se devem rejeitar os antibióticos por inteiro, até porque em casos mais graves a sua não utilização pode ser catastrófica. É mesmo uma questão de se perceber que podemos ajudar o nosso corpo de diferentes maneiras, seja fornecendo-lhe uma ajuda extra, como seria o caso de um antibiótico em caso de uma crise, seja dar tempo ao corpo para responder à infeção – naturalmente que esta decisão depende da opinião de um especialista indicado mas o que convém nunca esquecer é que por vezes esta máquina complexa que é o organismo sabe melhor do que a nossa consciência o que nos faz bem.
Mundo moderno mas pouco saudável!
O nosso sistema imunitário também se altera em função do mundo em que vivemos, que é como quem diz, do ambiente que nos rodeia e da cultura em que nos inserimos. O estilo de vida ocidental trouxe-nos coisas que, há não muito tempo, imaginaríamos serem de ficção-científica. Mas o nosso atual estilo de vida também trouxe consigo outros problemas.
O crescimento das cidades, acompanhado por um acréscimo de poluição, é um deles. Mas o que encontramos também nas sociedades atuais são riscos claros para a nossa vida, como o sedentarismo, a alteração da nossa dieta (e a este respeito pode ler mais no artigo (Re)descubra a dieta mediterrânica) e até um excesso de higienização, que faz com que neguemos ao nosso organismo a possibilidade de conhecer devidamente alguns micróbios.
Manuel Branco Ferreira explica-nos que “o contacto com muitos micróbios é necessário para um bom desenvolvimento do nosso sistema imunitário. E se nós diminuirmos significativamente esse contacto podemos acabar por ficar mais desprotegidos e menos preparados para lidar com determinadas infeções”. Mais uma vez se vê aqui a tal capacidade de reconhecimento e assimilação do nosso organismo.
Daí que o especialista alerte, no caso de crianças, que não se deve “iniciar antibióticos aos primeiros sinais de febre”. É que por vezes, pensando que estamos a agir bem, acabamos a debilitar o sistema imunitário da criança.
Por isso o melhor mesmo é agir de forma ponderada, lembrando-se de que há leis que funcionam tanto para adultos como crianças. Como esta: a prevenção começa por se incentivarem hábitos saudáveis.
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Estratégias para um sistema imunitário mais forte:
– Vacine-se! O seu organismo estará mais bem preparado para uma eventual crise
– Exercite-se! O exercício físico aumenta a actividade de várias das nossas células imunitárias
– Apague o cigarro! O tabagismo debilita o nosso organismo.
– Alimente-se bem! Uma alimentação correta evita os riscos da obesidade
– Não abuse dos antibióticos! Os antibióticos ajudam mas não fazem milagres. O seu sistema imunitário também pode fazer a sua parte.
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