Sinais ou sintomas de Parto prematuro

Os sinais mais comuns antes da ocorrência de um parto prematuro:
A medicina e as técnicas utilizadas, nos nossos hospitais, permitem um elevado índice de sobrevivência, mesmo em bebés com menos de trinta semanas.
As causas de um parto prematuro podem dever-se a múltiplos fatores e muitas vezes não se conseguem determinar quais os desencadeantes.

Todavia, entre as causas mais comuns, podemos destacar:

A idade materna

As adolescentes (menores de 18 anos) e as mulheres com mais de 35 anos têm uma incidência maior de partos prematuros.

Fatores fetais

A gravidez múltipla ou fetos com malformações cardíacas, alterações cromossómicas, ou infecções intra-uterinas podem provocar o desencadeamento prematuro do parto.

Fatores uterinos

A existência de miomas, a incompetência de colo uterino, a implantação inadequada da placenta, malformações do útero também podem ser fatores desencadeantes de um parto prematuro.

Fatores sociais

A desnutrição materna, o excesso de actividade física, a ansiedade e o stress materno podem considerar-se, em alguns casos, como causas da ocorrência de um parto prematuro. O alcoolismo e o tabagismo são elementos que contribuem para o desencadear prematuro do parto.

Os sinais de alarme

Quando a futura mãe não tem qualquer doença ou um parto gemelar que possam fazer prever um parto prematuro, o desencadear do parto pode ocorrer semque a grávida reconheça de imediato os sinais.

Todavia, a partir das 30 semanas, convém que esteja atenta a alguns sinais que podem indicar um parto prematuro, para que de imediato se dirija a uma Urgência Hospitalar.

Entre os sinais mais comuns antes da ocorrência do desencadear de um parto prematuro, estes podem ser os principais sinais de aviso:

Sangramento vaginal

Pressão pélvica ou sensação de peso – podem indiciar que o bebé está a iniciar a descida do canal de parto.
Perda de líquido amniótico pela vagina, o que pode indicar rutura prematura das membranas.
Cólicas ou dores abdominais.
Dor ou tensão na parte inferior do abdómen ou nas costas.
Várias contrações no período de 60 minutos.

Bebés prematuros

Muito embora os pais se assustem com o nascimento prematuro de um filho, a verdade é que, hoje, mesmo os bebés com grande prematuridade, têm grandes hipóteses de sobrevivência.

As maternidades/hospitais quando se fala em trabalho de parto prematuro, estabelecem as medidas necessárias para prestar os cuidados adequados ao recém-nascido e à parturiente.

O neonatologista fará uma avaliação imediata do recém-nascido. Em geral, após a observação, o bebé será colocado numa incubadora.

A incubadora funciona como um útero artificial e permite que o bebé semantenha seguro e isolado de germes, ao mesmo tempo que o apoia em todas as suas funções vitais.

Está equipada com um controlo de temperatura, humidade e oxigénio que lhe garante as condições ideais para o seu desenvolvimento.

Para além disto, está ainda equipada com luz ultravioleta para os bebés com icterícia e tem também um aspirador para aspirar as vias respiratórias do bebé.

Um ventilador permite-lhe uma respiração adequada. Nesta incubadora o bebé está permanentemente monitorizado e o sistema emite um alarme se algo foge aos parâmetros esperados.

Dependendo do grau de prematuridade, o bebé pode estar apenas umas horas na incubadora ou várias semanas.

Pequeninos e estranhos

Os prematurinhos assustam por vezes os pais quando os olham pela primeira vez. São seres pequeninos e estranhos e por vezes parecem transparentes. Contudo, estas e outras características são próprias de um bebé que nasceu sem estar completamente pronto para nascer.

Contudo, em questão de semanas ou meses, em nada será diferente de qualquer outra criança nascida de tempo.

Estes pequeninos, geralmente com uma grande fúria de viver, dia-a-dia vão ganhando forças para vir para o mundo real e saírem daquele “aquário” tão especial que os ajuda a sobreviver.

sintomas de Parto prematuro

Para os pais mais ansiosos, passamos a mencionar as características mais evidentes num bebé prematuro:

- Têm pouco peso, em geral, menos de 2500 gramas
- São muito magrinhos e com escasso tecido adiposo
- Podem apresentar uma cabeça desproporcionada em relação ao corpo e os seus membros parecem muito longos
- Têm a pele lisa, brilhante e quase translúcida, podendo deixar facilmente ver alguns vasos sanguíneos à transparência
- Em geral apresentam ainda o corpo coberto de lanugem
–  Apresentam as cartilagens das orelhas macias e flexíveis
- Podem não apresentar unhas
- Têm o choro muito fraco
- Apresentam uma frequência respiratória rápida
- Têm uma capacidade de sucção e deglutição muito reduzida.

Cuidados

Apesar destes pequeninos serem muito débeis, pois podem inicialmente sofrer de problemas respiratórios, renais e, até cardíacos; as equipas de neonatologia, que os apoiam, são vigilantes permanentes e, perante qualquer sintoma de alarme, estão sempre presentes.

Estas equipas são formadas por pessoas muito especiais que acarinham e cuidam destes bebés com muito carinho.

Em alguns serviços é permitida a entrada dos pais para que ajudem a cuidar dos seus bebés. Muito embora alguns não tenham ainda força para pegar no peito, o leite das mães é-lhes oferecido através de uma sonda nasogástrica, sempre que os bebés já puderem aceitar como alimento o leite materno.

Esta Unidade de Cuidados Intensivos e a forma como os bebés estão monitorizados, pode assustar um pouco os pais.

Contudo, com visitas regulares vão-se habituando até a entender as necessidades do seu bebé.

Regresso a casa

Em geral, o regresso da mãe a casa é motivo de muitas desilusões. O seu bebé que manteve consigo durante toda a gravidez e que esperava trazer no seu regresso a casa, ficou “sozinho” entregue a “estranhos” e, muitas vezes, em perigo de vida. Mesmo sabendo que o seu bebé só tem possibilidade de sobreviver na incubadora, isso é algo perturbador e acarrecta desilusão, sentimento de perda…

Até à altura em que o bebé tiver alta, o seu coração estará em sobressalto permanente. O pai, muito embora tenha sentimentos semelhantes, não transportou o seu bebé no seu ventre, não o sentiu mexer nas suas entranhas e, também, não sofreu o trauma do parto.

Nesta altura tem de apoiar a sua companheira e, com muito amor, transmitir-lhe as palavras de esperança e oferecer-lhe o mimo que necessita.

Em breve, os dois terão o seu bebé nos braços e farão tudo para que possa crescer feliz.

Fonte: Dra. Madalena Barata, Diretora do Centro de Medicina da Reprodução do British Hospital-Lisbon XXI

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