Medo do parto – Apoio no parto – Como minimizar os receios?
Como reduzir o medo do parto nas mulheres grávidas emocionalmente afectadas!
O medo do parto é muito comum, a gravidez envolve sempre alguma turbulência emocional.
O aproximar do final da gravidez pode despertar alguma ansiedade associada ao parto, à forma como irá decorrer e ao momento em que verá e tocará o seu bebé pela primeira vez.
Algumas mulheres começam a temer o parto a partir do momento em que descobrem que estão grávidas.
Outras grávidas começam a sentir sinais de ansiedade a partir do sexto mês de gravidez. Sintomas como palpitações, tonturas, medo intenso, pesadelos, queixas físicas e dificuldades de concentração apontam para a existência da ansiedade associada ao parto.
É muito comum as futuras mães terem sonhos referentes ao parto, ao bebé, às alterações do seu corpo e às expetativas em relação a si mesma e ao bebé.
O sonho tem uma função fundamental nestes casos, pois oferece a oportunidade de enfrentar antecipadamente a tensão do parto, numa tentativa de dominá-la.
Quando a ansiedade é excessiva, podem surgir consequências negativas, como a possibilidade de um parto prematuro ou tardio, bebés com baixo peso, maior probabilidade de cesariana, menor probabilidade de um parto tranquilo e aumento da probabilidade de uma depressão pós-parto.
Paralelamente, a forma como o parto é vivido pode influenciar a relação entre a mãe e o bebé.
O excesso de ansiedade associada ao parto tem quase sempre uma causa específica.
Existem mulheres que estiveram expostas a situações extremamente violentas, como violações, abortos espontâneos, abortos provocados que geraram culpabilidade, infertilidade, partos anteriores com complicações, contacto com histórias de partos complicados, entre outras.
Para reduzir a ansiedade na gravidez, devemos começar por tentar perceber a sua causa. Por ser um momento cheio de incertezas e imprevistos, o parto está associado a vários tipos de medo: medo de não reconhecer correctamente os sinais do trabalho de parto, de sentir dor, medo de falhar, da ameaça à vida da mãe e do bebé, de não conseguir controlar a situação, do aparecimento de complicações e de não conseguir participar adequadamente no nascimento do bebé.
Aconselhe-se com o seu médico sobre o parto ou outro assunto da gravidez que a preocupar.
A futura mãe deve falar com o seu médico sobre o assunto ou procurar um psicólogo, expondo os seus medos para que sinta que está a ser ouvida e compreendida e não carregar sozinho esse peso.
Além disso, o técnico poderá fazer sugestões e tentará ajudá-la a ultrapassar o medo.
É importante perceber que o medo faz parte de qualquer gravidez. Hoje em dia existem várias formas de diminuir a dor durante o parto e a mulher deve discutir todas as hipóteses possíveis com o seu médico, não hesitando em fazer perguntas sempre que ficar com dúvidas.
Ler livros que falem sobre os diferentes tipos e momentos do parto e para que saiba identificar quais são os primeiros sintomas do trabalho de parto poderá ajudar a que se sinta mais segura.
Por outro lado, a prática de exercícios de respiração durante a gravidez pode ajudar a futura mãe a acalmar-se ao longo da gravidez e no momento do parto.
Nas aulas de preparação para o parto, a mulher poderá obter mais informações sobre a gravidez, parto, exercícios de respiração e relaxamento.
Começar a fazer massagens após a 34ª semana, se não tiver contra-indicações, também poderá ajudar a relaxar os músculos, facilitando o parto.
Assistir ao parto
É também importante decidir previamente se quer que alguém assista ao parto, tendo o cuidado de escolher uma pessoa que lhe transmita confiança e segurança.
Já passou o tempo em que o progenitor esperava impacientemente, caminhando de um lado para o outro, o chorar do recém-nascido.
Atualmente, a maioria dos pais entra na sala de partos sem dúvidas e sem hesitações.
O acompanhamento do pai, principalmente antes e durante o parto, é extremamente importante, a sua participação fará com que a futura mamã se sinta acompanhada, transmitindo-lhe segurança e ajudando na evolução do trabalho de parto.
No entanto, existem algumas incompatibilidades com a presença do pai ou outras pessoas na sala de parto, principalmente quando é necessário recorrer a uma cesariana.
Apesar do desejo da futura mãe para que o seu companheiro esteja presente durante o parto, por vezes é o futuro pai que, ao pensar no parto, coloca imediatamente fora de questão a hipótese de estar presente.
Deve-se muitas vezes aos relatos de experiências menos bem sucedidas que despertam medos com os quais não conseguem lidar.
Mas, se efetivamente o futuro pai deseja assistir ao parto, não se deve deixar influenciar por esses receios.
Porém, a opção de não estar presente não deve ser criticada e o facto do pai não presenciar o nascimento do seu filho, não tem qualquer tipo de correlação com o desempenho do seu papel de pai.
Nem todos os homens se sentem preparados para um momento destes. A ideia de ver nascer o filho pode desencadear eventualmente ansiedade e angústia.
Se o pai decidir participar o momento, os cursos de preparação para o parto são ideais para aprender e praticar algumas técnicas com a futura mãe para enfrentar as dores e o parto, envolvendo e ensinando o pai a respirar em conjunto com a mãe, a segurar a sua cabeça durante as contrações e até a ajudar nos puxões.
O pai tem ainda a oportunidade de poder manifestar as suas dúvidas relativamente à gravidez e também adquirir conhecimentos para que a sua presença na sala de partos seja uma mais-valia.
Por outro lado, o pai deverá compreender a mulher que não deseja a sua presença e prefira a companhia de alguém que já passou pela mesma experiência.
O desentendimento relativamente a esta matéria não deve desapontar nenhum dos dois.
Fonte: Dra. Raíssa Santos, psicóloga clínica
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