Sinais de Parto eminente: É agora?
Como é que eu sei que estou a entrar em trabalho de parto?
Esta é a pergunta mais frequente das grávidas que se aproximam do final do tempo de gestação. Fique a saber, pelo menos em teoria, quanto é altura de gritar para quem estiver ao seu lado: “É agora!”
No final da gravidez, a maior parte das vezes já com a atividade profissional interrompida, a grávida embrenha-se num quotidiano dominado sobretudo pelos últimos preparativos para a chegada do recém-nascido. É o instinto de preparar o ninho: limpar a casa, abastecer a despensa, arrumar todo o enxoval do bebé. Só descansa quando as malas para a maternidade já estão à porta. Aguarda ansiosa, os primeiros sinais de início de trabalho de parto: a rotura da bolsa de águas ou as contrações.
Como explica Isabel Carvalho, enfermeira especialista em saúde materna e obstetrícia e formadora do Centro Pré e Pós Parto, “o trabalho de parto é dividido em 3 etapas: a dilatação, que ocorre desde que se inicia o apagamento do colo do útero até os 10 cm de dilatação; a expulsão, que se inicia com a dilatação completa até à expulsão do bebé; e a dequitadura, que ocorre com a expulsão da placenta e das membranas fetais. E as dúvidas começam logo na primeira etapa, nomeadamente, em saber distinguir o verdadeiro do falso trabalho de parto.
Trabalho de parto falso ou verdadeiro?
Quanto às contrações uterinas nem sempre é fácil distinguir aquelas que são um sinal de início de trabalho de parto, das contrações de Braxton-Hicks, popularmente chamadas de falso trabalho de parto.
Isabel Carvalho explica que as contrações de Braxton-Hicks, normalmente, iniciam-se entre as 30 e as 34 semanas de gestação e têm por objetivo o encaixe do bebé na bacia e o treino da musculatura uterina, mas são descoordenadas e indolores. Geralmente aumentam em intensidade e frequência nas últimas semanas de gravidez, fase na qual podem ser intensificadas com as relações sexuais ou com esforços, mas não devem ser dolorosas.
Já as contrações indicativas de trabalho de parto, de acordo com a enfermeira especialista em obstetrícia, são aquelas que se iniciam geralmente com uma moinha na região supra-púbica, vão-se instalando na região lombar e, posteriormente, em todo o abdómen. São consideradas regulares quando se apresentam de 10 em 10 minutos. E quando acontecem “de 5 em 5 minutos, com duração de 1 minuto e prolongadas há mais de 1 hora é a altura do casal se dirigir à maternidade”, diz a enfermeira. A rotura da bolsa de água, mesmo sem contrações, é também razão para se dirigir à maternidade. Como faz notar Isabel Carvalho, esta saída de líquido amniótico – normalmente claro e transparente – pode acontecer lentamente ou de repente e em grande ou pequena quantidade.
Acontece que, no final da gravidez, pode haver por vezes incontinência urinária provocada por esforços, pelo que é importante que a mulher perceba exatamente o que é que está a perder. Neste caso, a grávida deve lavar-se, vestir umas cuecas limpas, fazer alguns movimentos e depois voltar a verificar se houve perda de líquido e, caso afirmativo, qual o cheiro – o cheiro do líquido amniótico é descrito por muitas mulheres como semelhante a desinfetante ou esperma, diz a enfermeira. Se o líquido amniótico for incolor e esta situação ocorrer no final da gravidez, a grávida poderá tomar um banho, terminar a mala e, com calma, dirigir-se ao local escolhido para ter o seu bebé.
Na primeira gravidez o trabalho de parto dura em média entre 8 a 12 horas.
E sim, leu bem: dirigir-se com calma à maternidade. Esqueça as cenas de filmes de Hollywood em que a grávida entra em trabalho de parto e não tem tempo de ir para o hospital ou chega mesmo a tempo do médico apanhar o bebé. Na primeira gravidez o trabalho de parto é um processo que, desde que começa até que o bebé nasce, dura em média entre 8 a 12 horas.
Nada vai acontecer em 5 ou 10 minutos, pelo que não precisa de correr para a mala e para as chaves do carro e pôr o seu marido a fazer uma condução perigosa com medo que a criança nasça pelo caminho. Não é provável.
Sinais de alerta de parto eminente.
Por outro lado, durante a gravidez a mulher deve estar mais alerta a alguns sinais e sintomas que, se não estive grávida não mereceriam uma ida ao hospital e, durante a gravidez, são de valorizar e fazem com seja necessário a grávida ser observada por um médico.
O nascimento é o momento mais esperado há nove meses. É vivido com a inquietação de quem espera uma coisa que não sabe ao certo o que é, nem quando vai chegar: os sinais de parto variam de gravidez para gravidez e a data provável de parto é apenas uma estimativa. É por isso importante que esteja informada e com as suas dúvidas esclarecidas – junto do seu obstetra e no curso de preparação para o parto – de forma a sentir-me o mais segura e tranquila possível.
Sinais de parto e Sintomas de alerta
– Vómitos repetidos ou intensos por mais de 12 horas
– Tonturas e vertigens
– Alterações da visão
– Aumento súbito de peso
– Epigastralgias (dores de estômago)
– Cefaleias intensas ou permanentes (dores de cabeça)
– Edemas da face e das mãos matinais
– Diminuição da urina ou queixas urinária
– Diminuição súbita dos movimentos fetais: este é o melhor sinal de bem estar do bebé. A partir das 35 semanas os movimentos do bebé devem ser contabilizados, deve mexer pelo menos 10 vezes no espaço de 12 horas;
– Sinais de parto antes das 37 semanas: antes deste período temos um bebé prematuro daí ser importante reconhecer os sinais de parto antes das 37 semanas pois serão um sinal de alerta.
-Hemorragia: se houver qualquer perda de sangue na gravidez o casal deve dirigir-se ao hospital com a maior brevidade possível.
– Febre
Veja também os Sinais ou sintomas de Parto prematuro.
Fonte: Isabel Carvalho, enfermeira especialista em saúde materna e obstetrícia do Centro Pré e Pós Parto
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