Disciplinar e educar bebés e crianças
Disciplinar um filho é uma tarefa mais complexa e importante do que a maioria das pessoas tende a imaginar.
A natureza equipou-os muito bem logo à nascença. São artistas conceituados na arte da manipulação de paizinhos babados e preocupados com o seu bem-estar. São verdadeiros “profissionais” no uso de maquiavélicos estratagemas e são, habitualmente, bem sucedidos. Conhecem como ninguém os pontos fracos dos que lhe são mais próximos.
Como dar-lhes a volta?
– Dar palmadas está fora de questão, porque a fralda amortece o choque.
– Ralhar parece não resultar pois fazem-se desentendidos e arreganham a tacha.
– Arreganhar a tacha leva-nos a dar beijinhos o que piora as coisas.
Tudo dependerá também da idade… portanto convém dividir em alguns tópicos:
Quatro a seis meses. Um mamilo: mnham mnham!
Mordem loucamente o mamilo da mãe, ganharam novas armas diabólicas, os dentes (!) e têm que as experimentar. A mãe poderá afastar firme e calmamente o seu bebé do mamilo e dar-lhe um dedo para mordiscar. Ele começará a perceber que não o deve fazer.
Oito a dez meses. Que deslumbre!
O bebé apresenta uma intensa exploração manual, táctil e visual do rosto da mãe, assim como das partes cobertas (revestidas) e descobertas do corpo desta. Esta é a fase em que puxam cabelos, se fascinam com a cara a mãe e lhe batem rindo-se às gargalhadas, enfiam dedos nos olhos ou no nariz, mas sem intenção de magoar. Mas fazem-no. O importante é não ter uma reacção brusca e exagerada pois isso aumenta a excitação e a compulsão para repetir esses comportamentos. A mãe poderá explicar calmamente, de forma clara e firme que gosta que ele lhe toque, mas sem a magoar porque o que está a fazer dói. Se ele continuar, poderá segurar as mãos até aprender a controlar-se.
Doze a catorze meses. Morder está na ordem do dia!
Pois, porque se eles têm novas armas mortíferas, têm que fazer ensaios e ver efeitos e reações. Pode imobilizar-se o inimigo tirando-o do colo, explicando-lhe que voltará a pegar nele mas para receber abraços e não mordidelas.
Dezasseis a vinte e quatro meses. E porque não conhecer novos amigos?
Muitas vezes nesta altura tentam conhecer outras crianças através de mordidelas, beliscões ou arranhões. Não sabem muito bem como reagir ao facto de não conhecerem essas outras crianças e querem muito conhecê-las. Reacções negativas podem assustar as crianças. A que foi mordida, precisa de conforto e de alguém que lhe explique que é uma forma que a outra criança encontrou de a conhecer. Mas, a criança que mordeu precisa de consolo e ajuda, essa sim está em apuros: assustou-se com o que acabou de fazer (morder), com a reacção da outra criança (choro?) e dos adultos. Deve explicar-se calmamente (depois de se acalmar) o que acabou de se passar. Se este comportamento persistir durante muito tempo deverão procurar ajuda especializada.
Dezoito a trinta meses. Eu não quero!
Esta fase caracteriza-se por um grande salto desenvolvimental ao nível da conquista da autonomia. Isto é natural e muito importante. A criança está a tentar separar-se dos seus pais e aprender a tomar as suas próprias decisões. Faz birras e não será possível evitá-las. Quanto mais os pais se envolvem, mais dura o episódio de birra.
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