A disciplina é recente, mas chegou para ficar. O Funyoga é mistura feliz entre yoga, brincadeira e princípios de civilidade. Os benefícios para as crianças são imensos e tão diversos como a promoção da autoestima ou a melhoria dos padrões respiratórios. Descubra tudo o que o Funyoga pode trazer de bom à sua criança … e a si!
Por ser tão associado à disciplina física e mental, à concentração e mesmo à arte da meditação, pode ser difícil conceber que o yoga possa ser praticado por uma criança, um ser ainda tão imaturo a estes níveis.
Com esta ideia em mente, perguntámos timidamente a Ana Sofia Barrias, professora Babyoga (para bebés) e Funyoga (para crianças), quais eram as diferenças entre o yoga para adultos e o yoga para crianças. A resposta foi diferente da que imaginávamos, com a professora a ser perentória: “O yoga é para adultos, para as crianças só poderão ser aplicadas algumas técnicas”. São elas: ásanas (posicionamento), mudras (gestos com as mãos), yamas e niyamas (guidelines éticas), pranayamas (exercícios de respiração), yoganidra (técnicas de relaxamento), mantras (sons) e até satsangas (encontros) onde são abordados temas ecológicos e humanitários. Sempre, claro, transmitidas numa linguagem acessível às crianças e motivadora para elas.
O yoga para crianças é muito mais do que meros exercícios de respiração e postura, essa é apenas uma parte de um todo mais complexo e mais vasto. De acordo com a Federação Portuguesa de Yoga, além de aprenderem a relaxar, a respirar corretamente e a coordenar os movimentos, as atividades e jogos desenvolvidos também promovem a aprendizagem das regras sociais, do respeito pelo outro, pela natureza e pelos animais.
Fazer yoga a brincar
Da mesma forma que as escolas e correntes de yoga são várias, o mesmo acontece em relação ao yoga adaptado a crianças. O chamado Funyoga – da Escola Babyoga Portugal® – que Ana Sofia Barrias ensina é, explica-nos, “um método que acrescenta criatividade, aprendizagem e diversão aos conceitos do yoga.” Quer isso dizer que, para passar os conceitos do yoga, são utilizados jogos, histórias, música e massagem, entre outras técnicas.
De acordo com a professora, o Funyoga é baseado em três elementos para melhor se adequar e fazer chegar à criança todos os benefícios do yoga, são eles: as técnicas do yoga e as pedagogias alternativas, que em conjunto, procuram desenvolver um terceiro elemento: as várias inteligências da criança.
Vamos concretizar um pouco, para que perceba como é realmente possível praticar yoga a brincar. Ana Sofia Barrias deixa-nos um exemplo de um pranayama (exercício de respiração), feito com bolas de sabão: para conseguir uma maior consciência da respiração nasal, é pedido às crianças que façam bolas de sabão mas somente inspirando e expirando pelo nariz, ou seja, a boca mantém-se sempre fechada não deixando sair nem entrar ar, e tem de ser a força do ar expelido apenas pelo nariz que forma as bolas de sabão.
Outro exemplo, neste caso de como trabalhar a permanência duma postura – bem sabemos que para uma criança pode ser difícil manter-se muito tempo na mesma posição! – é fazer contagens ou cantar uma canção. “Assim facilmente uma criança permanece mais tempo numa postura. Podemos fazer a postura da borboleta enquanto cantamos uma canção referente à mesma e ao seu ciclo”, exemplifica Ana Sofia Barrias.
Benefícios para todos
Os benefícios desta disciplina – que envolve muitas outras técnicas educativas além do yoga – são muitos e mais do que comprovados. Dessa longa lista de efeitos positivos fazem parte a promoção da autoestima e autoconfiança, o equilíbrio do sistema nervoso e endócrino, fortalecendo o sistema imunitário, a melhoria dos padrões respiratórios, o aumento da capacidade de assimilação inteletual, o desenvolvimento do espírito de grupo e cooperação e a estimulação da criatividade e a imaginação. Claro que se os pais optarem por fazer estas aulas em conjunto com as crianças, visto que há essa hipótese, vão, também eles, usufruir de todos estes benefícios, além de fortalecerem os vínculos com os seus filhos.
Ana Sofia Barrias conta-nos que estes efeitos positivos da prática de yoga também se fazem sentir nas escolas, pelos educadores e professores, nos casos dos estabelecimentos de ensino cujo yoga começa a fazer parte das atividades curriculares: mais harmonia e ambiente mais calmo, menos agressividade e menos ruído, mais respeito mútuo e mais sentido de unidade entre todos os elementos da escola.
A duração das aulas é ajustada em função da idade da criança, da estrutura da aula, do horário e da dinâmica do próprio grupo. Ana Sofia Barria explica-nos que, por norma, até aos cinco ou seis anos os pequenos conseguem manter a concentração cerca de 30 minutos, já a partir dessa idade aumentam o poder de concentração, podendo a aula durar entre 45 minutos e 1h30. E sem esticar os limites porque, em última análise, o grande objetivo da aula é ser um momento de alegria para a criança que contribua para a sua felicidade!
Atualizado a:
