Quem nunca corou perante um ataque súbito e imparável de soluços no meio de uma conversa ou de um discurso importante? Embaraçoso, não é? Capazes de provocar uma gargalhada nas pessoas que nos rodeiam, os soluços não deixam de ser incómodos para quem os tem.
Já ouviu dizer coisas como “não posso comer comida picante senão fico com soluços” ou “se não beber água quando como pão seco, lá vêm os malditos soluços”? Quando surgem, costuma-se apontar o dedo à comida ou ao refrigerante que, eventualmente, se bebeu, mas a verdade é que todas as pessoas têm soluços de vez em quando. Trata-se de uma causa perfeitamente natural e fisiológica e, como tal, ninguém está livre dela.
Os soluços são basicamente espasmos ou contrações involuntárias do diafragma. Tão simples quanto isso. E é aqui que tudo começa, no diafragma e nos músculos intercostais que auxiliam a respiração. Quando surgem contrações involuntárias e intermitentes nestes músculos, a glote – zona onde se encontram as cordas vocais – fecha repentinamente, bloqueando a passagem momentânea de ar para os pulmões. Enquanto o diafragma força a inalação de ar, a boca e a garganta fazem todos os possíveis para impedir a sua entrada, fazendo com que a pessoa inspire de forma rápida e curta, produzindo aquele som característico que conhecemos como soluço.
O conhecido “hic” não tem propriamente uma função e pode acontecer por diversos motivos, desde uma refeição abundante ou engolida à pressa, a ingestão de bebidas com gás, mudanças bruscas na temperatura, ou até o riso ou choro convulsivos.
Aparecem descontroladamente, sem aviso prévio, são irritantes, barulhentos e incómodos para quem os tem, mas, na maioria dos casos, são inofensivos. Geralmente, os soluços são de curta duração, não prejudicando a normalidade respiratória, mas há crises que podem permanecer por horas ou mesmo dias, indiciando um problema de saúde mais sério. Nestes casos, convém procurar um médico para descobrir a sua causa e tomar as medidas necessárias.
Como pará-los?
Com certeza, já foi vítima destes irritantes e constrangedores “hic” e, nessa altura, houve alguém que lhe deu prontamente um conselho: “bebe um copo de água, sem respirar e de uma só vez” ou “eles só passam se apanhares um susto”. Na verdade, são muitas as teorias conhecidas a este respeito, mas não existe um “remédio” universalmente aceite e nem todas as soluções funcionam com todas as pessoas.
Parar os soluços passa por conseguir interromper o ciclo respiratório, sustendo a respiração até que o seu ritmo volte ao normal. Outras estratégias consistem, por exemplo, em respirar para dentro de um saco de papel, pois permite aumentar a concentração de dióxido de carbono no sangue e, assim, eliminar os soluços. Beber rapidamente um copo de água, sem respirar e de uma só vez – como mencionámos no exemplo acima –, engolir pão seco aos bocados ou gelo triturado também costuma funcionar com algumas pessoas. Assim, quando tiver um “ataque” de soluços, o melhor é ir experimentando o que melhor resulta consigo.
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