Auto-exame da mama para detectar anomalias ou tumores. A prevenção do cancro da mama faz a diferença!
É uma das formas mais simples de detetar alterações na mama, mas nem todas as mulheres sabem como realizá-lo nem a sua verdadeira importância. Se esse é o seu caso, descubra como e quando o deve fazer.
A prevenção é fundamental quando se pretende evitar qualquer dor ou doença da mama. Conhecer bem os seus seios é a forma mais eficaz de estar atenta e detetar precocemente eventuais problemas, daí a importância do autoexame da mama. Trata-se de um exame simples de executar, que demora apenas alguns minutos e a sua realização periódica permite à mulher habituar-se à constituição normal dos seus seios, detetando, assim, mais facilmente qualquer alteração que surja.
Ana Paula Avillez, médica imagiologista especialista em senologia, lembra que “as doenças da mama, nomeadamente o cancro, são muito frequentes. O cancro da mama é o mais comum de todos os cancros na mulher e é a primeira causa de morte por cancro entre as mulheres europeias”. Ainda assim, “na maior parte dos países ocidentais, morrem cada vez menos mulheres por cancro da mama devido ao diagnóstico precoce e à melhoria na qualidade da terapêutica”, o que faz do autoexame da mama um poderoso aliado no combate a esta doença.
Um diagnóstico precoce permite que a avaliação da situação clínica da mulher seja realizada numa fase menos avançada da doença – por vezes, quando o cancro ainda não provoca sinais e sintomas evidentes –, o que aumenta a probabilidade dos tratamentos resultarem, favorecendo a sua recuperação e reabilitação.
Assim sendo, todas as mulheres a partir dos 20 anos devem realizar uma vez por mês o autoexame da mama, sendo que esta observação não substitui a visita regular ao médico, que deve ser feita 1 a 2 vezes por ano, nem a realização de exames periódicos. A melhor altura para a sua realização é aproximadamente uma semana após a menstruação, até “porque a palpação é mais fácil dado as mamas estarem menos tensas”, explica a médica. No caso das mulheres que já não são menstruadas, Ana Paula Avillez diz-nos que “deve ser escolhido um dia certo no mês, para manter uma periodicidade mensal”, como por exemplo, o primeiro dia do mês.
De acordo com a especialista, a observação da mama também pode ser feita durante a gravidez e o período de amamentação e “as mulheres com implantes (próteses), podem igualmente realizar o autoexame, devendo aprender com o médico a identificarem os bordos das próteses”.
No início poderá ser difícil perceber a constituição normal do seu peito e é natural que surjam diversas dúvidas. Não deixe que esta falta de prática interfira com a realização do autoexame. O duche matinal poderá ser uma boa altura para fazê-lo, uma vez que o sabão facilita o deslizar da mão e a palpação da mama.
A técnica de auto-exame da mama, passo a passo:
O autoexame consiste em alguns passos básicos, que incluem por um lado a observação de cada mama e, por outro lado, a sua palpação, bem como das axilas e das fossas supraclaviculares. “A palpação da mama deve ser feita com a polpa dos dedos, de preferência por linhas verticais, começando por um lado da mama e passando os dedos de baixo para cima e de cima para baixo, até chegar ao outro lado da mama”, explica Ana Paula Avillez.
Para se certificar de que examinou o seio por completo, a médica imagiologista aconselha-a a seguir um trajeto específico: “deve ir desde uma linha imaginária traçada verticalmente a partir da axila, deslocando-se para dentro até ao esterno, e desde a clavícula, indo para baixo até sentir só as costelas”.
Passo 1
Em pé, em frente de um espelho, primeiro com as mãos na cintura observe a forma das mamas, a sua simetria, a cor e a textura da pele.
Aperte suavemente os mamilos para ver se há alguma secreção – a presença de corrimento por um só orifício do mamilo é um sinal de alerta!
Passo 2
Depois levante os braços e coloque as mãos sobre a cabeça, verificando se aparece alguma assimetria. Examine cada axila com o respetivo braço apenas discretamente levantado, para tornar menos tensos os tecidos e facilitar a palpação.
Passo 3
Deitada, com uma almofada por baixo das costas do lado que vai examinar e o braço por baixo da nuca, palpe a mama com a mão oposta para despistar a presença de nódulos, (caroços), ou de outras alterações.
Fonte: Ana Paula Avillez
Quando fizer o autoexame da mama lembre-se que os seios são diferentes um do outro e que é normal sentir que são um pouco irregulares e não lisos. Durante esse processo deve procurar perceber se encontra alterações a nível da aparência da mama, tais como inchaços, ondulações na pele ou inversão dos mamilos, sendo que “o que pode encontrar com mais frequência são alterações da cor da pele ou do mamilo, “repuxamentos” da pele, nódulos –”caroços”–, zonas de endurecimento, corrimento mamilar e descamação do mamilo”, revela Ana Paula Avillez.
Caso encontre alguma alteração, tente não entrar em pânico e consulte um médico que irá avaliar a sua história clínica e lhe dirá quais os exames que deverá realizar.
O autoexame da mama é um cuidado simples que pode salvar vidas. Dedique-lhe uns minutos por mês e faça dele parte da rotina do seu dia-a-dia.
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