Como a alimentação pode prevenir a Diabetes?
Mais de 12% da população portuguesa sofre desta doença. A Diabetes é uma doença metabólica caracterizada pelo aumento anormal do açúcar ou glicose no sangue.
Apesar de ser a principal fonte de energia do nosso organismo, quando em excesso a glicose pode trazer várias complicações de saúde – excesso de sono, problemas de cansaço e problemas físicos-tácticos em efectuar tarefas do dia-a-dia. Quando não tratada adequadamente, pode levar a complicações de saúde mais grave – ataques cardíacos, derrames cerebrais, insuficiência renal, problemas de visão, lesões de difícil cicatrização, entre outras.
Vinte e seis por cento dos portugueses sofrem de hiperglicemia intermédia, o que aumenta o risco de desenvolver diabetes do tipo 2. Por outro lado, a falta de exercício físico, uma alimentação pouco saudável e o excesso de peso são factores que agravam o desenvolvimento da diabetes.
É uma doença silenciosa e quando chega nem sempre avisa. Os seus sinais, regra geral surgem só quando o açúcar no sangue (a glicémia) está em níveis muito elevados. Nessa altura os sinais de alerta são: a polidipsia (muita sede), polifagia (muita fome), a poliúria (urinar muito) e a perda de peso não intencional. Estes sinais refletem-se em falta de energia.
A Associação Portuguesa de Dietistas deixa algumas dicas para reduzir a probabilidade de desenvolver Diabetes.
Praticar exercício – basta uma caminhada de 30 minutos diários. Se não for capaz de fazer uma caminhada com esta duração, pode dividi-la em períodos mínimos de 10 minutos, desde que ao final do dia, acumule os 30 minutos.
Consumo de alimentos ricos em fibra – como os cereais integrais, legumes, hortaliças, leguminosas e fruta.
Consumo controlado de alimentos glucídicos (que aumentam a glicémia – açúcar no sangue) – Preferir fontes naturais de glucídos ou hidratos de carbono, tais como pão, massa, arroz, leguminosas, batata, fruta, lacticínos, em vez de alimentos com açúcares adicionados (doces, biscoitos, bolachas).
Consumo de alimentos ricos em gordura, privilegiando o consumo de carnes brancas e magras (coelho, frango e peru) em detrimento de carnes vermelha (borrego, cabrito, vaca e porco); preferir o consumo de peixe pelo menos duas vezes por semana e o consumo de lacticínios magros ou meio-gordos.
Confeções simples, tais como cozidos, grelhados, estufados, assados, onde as gorduras vegetais devem ser as eleitas. Uma vez que contribuem para uma menor deposição de gordura e colesterol nos vasos sanguíneos.
Fazer refeições com intervalos de duas ou três horas, de modo a evitar a ingestão de refeições muito calóricas e ricas em açúcares, bem como promover maior gasto energético associado ao processo digestivo.
Preferir o azeite a gorduras animais, pois apesar de ser uma gordura é de excelente qualidade.
Incluir sempre vegetais nas refeições principais, de modo a que estes ocupem entre um terço a metade do seu prato. Se tem dificuldade em integrar vegetais no prato, comece a refeição por uma taça de sopa ou uma taça de vegetais crus variados.
Incluir nas refeições sempre um alimento proteico (carne, peixe, ovos, leguminosas). Lembre-se que para a generalidade da população adulta, uma porção de carne/peixe com o tamanho de um baralho de cartas é suficiente e, que as leguminosas são uma económica e excelente alternativa nutricional, sendo ao mesmo tempo um alimento energético e construtor dos nossos tecidos, não contendo gordura no seu estado natural.
Reduzir, mas não excluir, os alimentos ricos em amidos (arroz, massa, pão, batata, leguminosas, entre outros). Lembre-se que são o combustível que permite o funcionamento adequado no nosso corpo, com efeito na regulação do apetite, evitando “ataques” a alimentos hiperalóricos ao final do dia (bolachas, doces, etc.).
Reduzir, de preferência excluir o consumo de açúcar nas alimentação. Esteja atento aos rótulos dos alimentos e prefira alimentos onde o açúcar não se encontra ou apareça após o quarto lugar da lista de ingredientes.
Fazer refeições intermédias ou pequenos lanches. Junte uma dose de fruta (tamanho de uma bola de ténis) ou uma dose de lacticínio (um copo de leite ou um iogurte magro não açucarado) a uma pequena fatia de pão (tamanho da palma da mão).
Adequar o estado de hidratação – Regra geral o indivíduo adulto necessita de ingerir entre 30 a 40 mL de água/kg de peso. É claro que esta água também nos é fornecida pelos alimentos. Assim, se uma pessoa pesa 70kg, necessita de ingerir entre 2100 e 2800 mL de água por dia. Ao fazer uma alimentação equilibrada, só pelos alimentos receberá cerca de 800mL de água, logo deverá beber entre 1300 e 2000 mL de água por dia, dependendo sempre da temperatura ambiente, da sua atividade física e de outras condições pessoais.
Fonte: Zélia Santos, Presidente da Associação Portuguesa de Dietistas.
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