A rejeição, aquela sensação de amargura na boca, de garganta mais estreita que até custa engolir acompanhado por um sentimento de pouca valia pessoal em que só queremos que se abra um buraco no chão para sermos engolidos por ele. Pois é, a rejeição dói!
E embora seja relativamente comum sentirmos que fomos rejeitados em um ou outro momento na nossa vida diária, esta é umas das sensações mais difíceis de se lidar. Pode ser devido a uma coisa simples como os nossos amigos se esquecerem de nos convidar para sair com eles, levar uma nega na entrevista de emprego, ou ainda mais doloroso, sermos rejeitados pela pessoa que amamos.
Mas afinal, porque dói tanto?
Porque quando nos sentimos rejeitados, o nosso cérebro ativa as mesmas áreas que quando sentimos dor física. Sim, a rejeição provoca literalmente (embora de cariz emocional) dor.
Segundo a psicologia evolutiva, no tempo em que éramos caçadores recoletores, ser ostracizado pela tribo era o equivalente a receber uma sentença de morte. Jamais poderíamos enfrentar sozinhos animais ou ambientes perigosos. Como resultado, desenvolvemos um mecanismo de defesa para nos alertar quando estávamos a ser prestes a ser postos fora da tribo – a rejeição. As pessoas que vivenciavam a rejeição como mais dolorosa eram mais propensas a mudarem o seu comportamento, e assim, a permanecerem na tribo.
O medo de rejeição em que no passado era necessário para a sobrevivência, hoje é encarado como um obstáculo.
O que fazer?
Antes de mais é necessário repensar acerca deste conceito… Quando encaramos a rejeição a partir de um ângulo diferente descobrimos que com ela podemos aumentar o nosso potencial e crescer enquanto ser humano.
1 – Dizer NÃO aos pensamentos auto-críticos!
A dor provocada pela rejeição é muitas vezes auto-infligida. Isto acontece porque, por norma, percebemos a rejeição como algo que se deveu a alguma característica nossa ou a algo que não fizemos direito.
Em vez de deixarmos a nossa mente ser invadida por pensamentos tais como “Sou mesmo um inútil, nunca faço nada de jeito. Desisto, nunca irei conseguir alcançar os meus sonhos”, será mais adaptativo pensar “Eu dei o meu melhor, mas talvez a empresa não partilhe dos mesmos valores que os meus. Vou me candidatar a outros sítios e melhorar a minha estratégia”.
2 – Tentar uma e outra vez
Se a autora J. K. Rowling tivesse desistido na 12ª tentativa em que entregou o seu manuscrito e foi rejeitada, então milhões de pessoas não teriam sido cativadas pelo fenómeno Harry Potter.
A rejeição dói, é verdade, mas também ajuda-nos a definir objetivos e a compreender o que é que realmente importante para nós.
Quantos projetos criativos tens guardado na gaveta e não os mostras pelo medo de levares com um não?
Pois é, perseguir os nossos sonhos implica aprender a lidar com a rejeição. É uma questão de tentar novamente, mesmo que sejam necessárias várias tentativas.
3 – Sentir-se bem na sua própria pele
Às vezes sacrificamos o que há de mais bonito em nós, a nossa singularidade, ao fazermos o ‘convencional’ ou aquilo que os outros esperam que façamos. Todos nós sentimos necessidade de sermos aprovados e sentirmos que pertencemos a algo.
Mas há algo mais importante do que os resultados, que é reconhecer em si próprio o valor pessoal e permanecer fiel a si próprio e àquilo em que acredita.
4 – Perguntar sempre “porquê?”
Nas variadas situações em que temos de enfrentar uma rejeição é sempre bom, antes de sair de cena, perguntar “porquê?”.
Quando temos a resposta para esta pergunta tudo se torna mais claro, e o motivo até pode não ser intrínseco a nós próprios. Conhecer o motivo ajuda-nos também a reformular a nossa estratégia para que numa próxima vez possamos ser mais bem sucedidos.
Toda a rejeição tem o outro lado da moeda, o lado positivo, mas é necessário estar disponível para vê-lo. A rejeição pode ser uma alavanca para aumentar a motivação e a criatividade.
5 – Estarmos com as pessoas que nos conhecem bem
Após levarmos com um não, é importante massajarmos a nossa auto-estima e, para isso, não há nada melhor do que estarmos com aquelas pessoas que tão bem nos conhecem e que nos ajudam a lembrar de todas as coisas boas de que somos capazes de fazer.
Superar a rejeição convida-o a assumir mais riscos na vida, bem como, a valorizar mais o seu valor e esforço pessoal.
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